Bloomberg — A Nvidia, empresa mais valiosa do mundo, apresentou uma previsão de receita considerada robusta para o trimestre corrente, ajudando a dissipar a preocupação de que a explosão nos gastos com IA esteja caminhando para um colapso.
A fabricante de chips (NVDA) afirmou que as vendas serão de aproximadamente US$ 65 bilhões no quarto trimestre fiscal, que termina em janeiro, segundo um comunicado nesta quarta-feira (19). As estimativas dos analistas eram de, em média, US$ 62 bilhões, com algumas previsões chegando a US$ 75 bilhões.
As perspectivas indicam que a demanda pelos aceleradores de inteligência artificial da Nvidia, os chips caros e poderosos usados para desenvolver modelos de IA, permanece forte. A Nvidia tem enfrentado crescentes temores de que os gastos exorbitantes com esses equipamentos não sejam sustentáveis.
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As ações da Nvidia subiram cerca de 6% no pós-mercado após a divulgação dos resultados, por volta das 19h05 de Brasília. Elas subiam 39% neste ano até o fechamento.
O CEO Jensen Huang minimizou as preocupações sobre uma bolha da IA e disse no mês passado que a empresa prevê faturar mais de US$ 500 bilhões nos próximos trimestres.
Segundo ele, os proprietários de grandes data centers continuarão investindo em novos equipamentos, pois a IA começou a dar retorno.
Independentemente de como o último trimestre se comparar às projeções, ele marca um desempenho impressionante para a empresa. As vendas aumentarão cerca de 10 vezes em relação ao mesmo período de apenas três anos atrás.
E a Nvidia está a caminho de gerar um lucro líquido anual maior do que duas rivais de longa data — a Intel e a Advanced Micro Devices divulgarão em vendas.
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Mas a expansão da Nvidia enfrentou desafios.
As restrições americanas ao envio de chips avançados para a China praticamente excluíram a Nvidia de um mercado gigantesco para seus produtos.
Huang tem pressionado Washington para revogar essas regras, e argumenta que elas são contraproducentes para os objetivos de segurança nacional que deveriam atender.
Alguns investidores também expressaram preocupação com a estrutura dos megacontratos que a Nvidia firmou com clientes.
As transações envolvem investimentos em startups como a OpenAI e Anthropic, levantando a questão de se os pactos estão criando uma demanda artificial por computadores.
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No início desta semana, a Nvidia e a Microsoft anunciaram um compromisso de investir até US$ 15 bilhões na Anthropic.
A startup também se comprometeu a adquirir US$ 30 bilhões em capacidade computacional do serviço de nuvem Azure da Microsoft e a trabalhar com os engenheiros da Nvidia no aprimoramento de chips e modelos de IA.
Entretanto, alguns concorrentes da Nvidia estão cada vez mais otimistas de que finalmente poderão desafiar o domínio da empresa em aceleradores de IA.
No início deste mês, Advanced Micro Devices previu crescimento acelerado para seu negócio de chips de IA e falou sobre as perspectivas de produtos futuros.
AMD, Broadcom e Qualcomm anunciaram parcerias com grandes usuários de chips da Nvidia. E os operadores de data centers estão cada vez mais buscando usar projetos próprios — um esforço que os tornaria menos dependentes do fornecimento da Nvidia.
Mas Huang também está empenhado em disseminar o uso da IA por mais setores da economia global. O CEO embarcou em uma turnê mundial para persuadir órgãos governamentais e empresas a implementarem sua tecnologia.
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