Bloomberg Línea — A Motiva (MOTV3), antiga CCR, chegou a um acordo com o Grupo Aeroportuario del Sureste (Asur) para vender sua operação de aeroportos, informaram as empresas na noite de terça-feira (18).
A transação tem valor total de R$ 11,5 bilhões, sendo R$ 5 bilhões em equity e R$ 6,5 bilhões em dívida, segundo comunicado da Motiva.
O negócio, que ainda requer aprovações regulatórias, inclui 100% da participação do grupo brasileiro na CPC Holding, que detém as cotas da companhia nos seus 20 aeroportos.
A expectativa é que a transação seja concluída no primeiro semestre de 2026.
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Com o acordo, a Motiva avança em seu plano de simplificação do portfólio em busca de se concentrar nas operações de concessões de rodovias e ferrovias.
Já o grupo mexicano de aeroportos, que é liderado pelo empresário Fernando Chico Pardo, fortalece sua presença em outros países da América Latina.
O acordo tornará a Asur “um importante player latino-americano”, disse o CEO da Motiva, Miguel Setas, em uma conferência com analistas e investidores.
A Motiva opera 20 aeroportos, sendo 17 deles no Brasil, e os três restantes no Equador, Costa Rica e na ilha caribenha de Curaçao.
O portfólio inclui os aeroportos de Confins e Pampulha, na região de Belo Horizonte, o Aeroporto Afonso Pena, na região de Curitiba, bem como os aeroportos de Goiânia, São Luis, Palmas, Teresina, Foz do Iguaçu, entre outros.
Juntos, os 20 aeroportos têm mais de 200 rotas regulares que movimentam 47 milhões de passageiros por ano e 524.000 toneladas de operações de carga, de acordo com uma apresentação da Motiva.
A receita líquida do negócio de aeroportos da Motiva totalizou R$ 2,96 bilhões no terceiro trimestre de 2025 e o EBITDA alcançou R$ 1,52 bilhão, com margem de 51%.
Segundo a Motiva, os ativos foram precificados a um múltiplo EV/EBITDA (LTM) de 8,8x at stake, acima do múltiplo atual da companhia.
Atualmente, a Asur opera 16 aeroportos na região: um em Porto Rico, onde é acionista de 60% do Aeroporto Aerostar; seis na Colômbia e nove no México, incluindo o Aeroporto Internacional de Cancún, o segundo complexo aeroportuário mais movimentado do México.
Em uma nota publicada após a divulgação do negócio, analistas do Bradesco consideraram que o negócio seria neutro ou ligeiramente positivo para a Motiva e que faria sentido para a Asur apresentar uma oferta, dado que seu nível de alavancagem é de 0,2 vezes a dívida líquida em relação ao EBITDA.
O acordo com a Motiva seria a segunda aquisição da Asur até agora neste ano para aumentar sua presença nas Américas. Em julho, a empresa anunciou que compraria as concessões comerciais da empresa francesa URW em alguns dos principais aeroportos dos Estados Unidos.
Fora do setor aeroportuário, o empresário Fernando Chico Pardo também está no centro de outro grande negócio, com a compra de 25% do Banamex, o banco mexicano que o Citi pretende vender.
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