JPMorgan vai liderar venda de US$ 6,5 bi em dívida para compra da Skechers pela 3G

Segundo fontes disseram à Bloomberg News, a venda da dívida está prevista para ocorrer após o feriado do Memorial Day, no dia 26, e pode sinalizar reabertura do mercado após paralisação em abril com tarifas

A Skechers é hoje a terceira maior varejista global de calçados esportivos, atrás de Nike e Adidas, segundo empresas de pesquisa de mercado
Por Jeannine Amodeo
05 de Maio, 2025 | 04:39 PM

Bloomberg — O JPMorgan Chase deve liderar um financiamento de dívida de cerca de US$ 6,5 bilhões para apoiar a compra da Skechers, fabricante de calçados esportivos, pela empresa de private equity 3G Capital, de acordo com uma fonte consultada pela Bloomberg News.

Espera-se que a venda da dívida seja lançada após o feriado do Memorial Day nos Estados Unidos, que ocorre em 26 de maio, disse a pessoa, que não estava autorizada a discutir a transação publicamente.

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A 3G Capital, de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, espera que sua aquisição da Skechers, no valor de US$ 9,4 bilhões, que também inclui um componente de capital, seja concluída durante o terceiro trimestre, de acordo com um comunicado da empresa.

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Dentro do financiamento planejado estão US$ 4 bilhões de dívida garantida e US$ 2,5 bilhões de dívida não garantida, sendo que a última permitiria um recurso de “pagamento em espécie” com uma opção de alternância, disse a pessoa.

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Isso significa que o mutuário pode escolher se quer pagar os juros em dinheiro ou emitir mais dívida.

Um representante do JPMorgan não quis comentar. Os representantes da 3G Capital e da Skechers não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

As ações da marca de tênis subiram 24,35% nesta segunda-feira com a notícia de que a 3G Capital planeja comprar a empresa por US$ 63 dólares por ação - um prêmio de 30% em relação ao preço médio ponderado por volume de 15 dias.

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Fundada no início da década de 1990 e com sede em Manhattan Beach, no estado da Califórnia, a Skechers é hoje a terceira maior varejista global de calçados esportivos.

Ela quase dobrou a receita nos últimos cinco anos e está a caminho de atingir US$ 10 bilhões em vendas até 2026, de acordo com Abigail Gilmartin, analista de varejo da Bloomberg Intelligence.

Embora a Skechers adquira cerca de 40% de seus produtos da China, Gilmartin espera que sua presença global possa ajudar a mitigar as pressões tarifárias, inclusive por meio de concessões de preços e realocação de mercadorias.

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O anúncio do acordo ocorre em um momento em que os mercados financeiros alavancados estão começando a reabrir após uma forte desaceleração que se seguiu ao anúncio inicial de tarifas recíprocas do governo Trump em 2 de abril, o que provocou retaliação internacional.

Desde então, o financiamento da dívida de pelo menos três aquisições alavancadas ficou “pendurado”, o que significa que os bancos não conseguiram vender títulos e empréstimos aos investidores e ficaram presos à dívida.

Embora a dívida que respaldava a compra da Beacon Roofing Supply pela QXO tenha sido bem recebida pelos investidores no final de abril, foi um dos poucos negócios que os bancos lançaram com sucesso desde o início da guerra comercial global.

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O esforço do JPMorgan para vender dívidas para a compra da Skechers pode servir como um teste decisivo para o apetite dos investidores, potencialmente abrindo caminho para que os subscritores retomem as vendas de cerca de US$ 5,7 bilhões em dívidas pendentes do mês passado.

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