Joint venture da BHP investe US$ 400 mi antes de lançamento de mina de cobre argentina

O orçamento do projeto já coloca a Vicuña, parceria entre a empresa australiana e a a canadense Lundin Mining, como um dos maiores investidores estrangeiros da Argentina neste ano

Investimento ocorre enquanto as empresas se preparam para buscar aprovações para um projeto de mineração multibilionário em uma área que espera ser o próximo grande centro de produção de cobre
Por James Attwood
17 de Setembro, 2025 | 05:05 PM

bloomberg — Uma joint venture da BHP investiu mais de US$ 400 milhões na Argentina enquanto se prepara para buscar aprovações para um projeto de mineração multibilionário em uma área que espera ser o próximo grande centro de produção de cobre.

A joint venture Vicuña entre a BHP, da Austrália, e a canadense Lundin Mining realiza trabalhos de pré-construção em um depósito chamado Josemaria, localizado em uma parte remota da província de San Juan, disse José Luis Morea, gerente sênior da Vicuña para Argentina e Chile.

PUBLICIDADE

A Vicuña deve entregar um relatório sobre o projeto ao conselho de administração até o final de março, incluindo o método de processamento a ser utilizado, disse.

A joint venture também se prepara para apresentar uma solicitação de benefícios fiscais, alfandegários e cambiais oferecidos pelo programa de incentivos ao investimento do país, conhecido pela sigla em espanhol Rigi.

Leia também: Glencore pede incentivo da Argentina para projeto de cobre de US$ 13 bi

PUBLICIDADE

O orçamento já coloca a Vicuña como um dos maiores investidores estrangeiros da Argentina neste ano, pois continua a calcular o custo total de desenvolvimento do projeto, que também inclui o depósito Filo del Sol.

Antes um pária devido aos controles de capital e à intervenção estatal, a Argentina está recuperando a confiança das empresas estrangeiras, à medida em que o presidente Javier Milei oferece uma maneira de blindar investimentos.

“O Rigi é fundamental”, disse Morea em entrevista. “Ele nivela o campo de atuação e permite que o projeto seja competitivo em termos tributários quando comparado a outras jurisdições na América Latina e no mundo.”

PUBLICIDADE

O Rigi, que entrou em vigor em outubro para investimentos de pelo menos US$ 2 bilhões, permanecerá em vigor até julho de 2026, com possível extensão de um ano.

Morea não quis dar estimativas de gastos de capital e produção, e disse apenas que a joint venture estaria entre as 10 maiores minas de cobre, ouro e prata quando estivesse em operação na década de 2030.

“Agora temos um projeto integrado com dois depósitos e uma única unidade de processamento, com sinergias e valor adicional destravados”, disse. “Tudo está sobre a mesa e estamos otimizando todas as opções.”

PUBLICIDADE

Leia também: Este trader chinês ganhou US$ 1,5 bilhão no mercado de ouro. Agora aposta no cobre

As indústrias de recursos naturais da Argentina são centradas na agricultura e no petróleo, e o país obteve sucesso mais recentemente com a mineração de lítio.

Mas projetos de cobre tendem a ser maiores, mais caros e mais difíceis de desenvolver. Agora, a província de San Juan, perto da fronteira com o Chile, possui um conjunto de projetos que podem torná-la um polo de produção de cobre, à medida que a demanda pelo metal condutor cresce.

“O cobre é o próximo capítulo e fortalecerá ainda mais a balança comercial argentina”, disse Morea.

Veja mais em bloomberg.com

Leia também: Argentina segue atrativa, mas eleições pedem cautela, dizem analistas do BTG Pactual