Bloomberg — O grupo Iveco confirmou que planeja uma cisão da empresa e afirmou estar em discussões avançadas para vender sua unidade de defesa e as operações de fabricação de caminhões comerciais para compradores separados.
O comunicado divulgado nesta terça-feira (29) veio após a Bloomberg News reportar que a empresa se preparava para anunciar a venda da unidade de defesa para a Leonardo e o negócio de caminhões comerciais para a indiana Tata Motors já na quarta-feira, quando a empresa está programada para reportar seus resultados trimestrais.
As ações da Iveco, controlada pela família fundadora da Fiat, os Agnelli, dispararam até 7,4%. O papel mais que dobrou neste ano, avaliando a empresa em €5,6 bilhões (US$ 6,1 bilhões).
Embora as negociações estejam avançadas, elas ainda podem ser adiadas ou fracassar, disseram pessoas familiarizadas com o assunto que falaram com a Bloomberg News, pedindo para não serem identificadas porque as conversas são privadas.
O conselho está avaliando todos os aspectos das potenciais transações e manterá o mercado atualizado, disse a Iveco no comunicado.
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Vender a unidade de defesa para a Leonardo satisfaria as demandas do governo italiano de manter o negócio em mãos locais. Isso ajudaria a abrir caminho para um acordo com a Tata pelo resto do negócio, que inclui caminhões comerciais, sistemas de propulsão, ônibus e outros veículos especializados.
Uma venda da Iveco também estenderia um esforço da Exor, o veículo de investimento dos Agnelli, para diversificar seus interesses do setor automotivo para áreas como saúde, bens de luxo e tecnologia.
“Na última década, a Exor mostrou que está disposta a reavaliar sua alocação de ativos”, diz o gestor de fundos da AcomeA, Fabio Caldato.
“A família Agnelli está aproveitando a oportunidade para vender a Iveco, capitalizando sobre forte momentum resultante da reavaliação acentuada da unidade de negócios de defesa.”
Para a Tata, uma aquisição estratégica fortaleceria significativamente as operações europeias da empresa e a produção de veículos comerciais.
A mudança também permitiria à empresa elevar seu design e tecnologia de veículos comerciais e atrair mais compradores europeus.
A Leonardo, que compete com a parceira de joint venture Rheinmetall pela unidade de defesa e fabrica veículos especializados para defesa e proteção civil incluindo sob a marca IDV, tem sofrido pressão do governo italiano para chegar a um acordo sobre o preço.
A Leonardo ofereceu cerca de €1,6 bilhão (US$ 1,9 bilhão) incluindo dívida, reportou anteriormente a Bloomberg News.
Embora isso tenha ficado atrás de propostas rivais da fabricante franco-alemã de tanques KNDS e do Czechoslovak Group, a oferta foi alta o suficiente para melhorar as chances de um acordo com os parceiros ítalo-alemães, disseram as pessoas.
Paralelamente, a Iveco tem mantido conversas há vários meses com a Tata, proprietária da Jaguar Land Rover.
Representantes da Exor e Leonardo recusaram-se a comentar, enquanto a Tata não respondeu a um pedido de comentário.
-- Com a colaboração de Manuel Baigorri e P R Sanjai.
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