Irmãos Batista desistem de negociação sobre ativos do Banco Master, dizem fontes

Segundo fontes que falaram com a Bloomberg News, Joesley e Wesley Batista não avaliam mais a compra de alguns dos ativos do Master diante de preocupações sobre a estabilidade financeira do banco; empresários não quiseram comentar

Sede do Banco Master, em São Paulo
Por Rachel Gamarski - Gerson Freitas Jr.
16 de Maio, 2025 | 07:55 PM

Bloomberg — Joesley e Wesley Batista, os irmãos que controlam a gigante da carne JBS por meio de sua holding familiar J&F Investimentos, não estão mais em negociações para adquirir alguns dos ativos do Banco Master, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto que falaram com a Bloomberg News.

A decisão foi tomada em meio a preocupações persistentes sobre a estabilidade financeira do banco de Daniel Vorcaro.

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O Banco Master tem estado no centro da turbulência do mercado financeiro desde que anunciou uma venda para o BRB, o que alimentou preocupações do Banco Central e de outras instituições financeiras de que seus potenciais déficits de liquidez podem exigir uma ampla intervenção.

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A J&F esteve em discussões com o proprietário do Master - Vorcaro - sobre ativos que incluíam uma participação na empresa de mineração Itaminas, mas acabou por considerar um acordo muito arriscado, disse uma das pessoas.

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Os ativos que foram discutidos agora provavelmente serão oferecidos de forma fragmentada a outros compradores, e não em um pacote, disse outra pessoa.

O Banco Master e a J&F não responderam imediatamente aos pedidos de comentários da Bloomberg News. A Globo noticiou no início deste mês que os Batistas estariam em negociações avançadas sobre os ativos.

Recentemente, o Banco Master solicitou formalmente uma linha de crédito do Fundo Garantidor de Crédito, o FGC, para ajudar com a rolagem de sua dívida, de acordo com a mídia local.

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Espera-se que essa solicitação estenda o prazo do Banco Central para analisar a transação com BRB, acrescentou uma das pessoas. O BC não quis comentar e o FGC não respondeu imediatamente à Bloomberg News.

Os irmãos Batistas estavam esperando por sinais mais claros dos reguladores e do banco sobre como as questões de liquidez seriam tratadas antes de finalizar um acordo que estava sendo negociado há mais de um mês, disse uma pessoa.

O Banco Central, liderado desde janeiro por Gabriel Galípolo, quer uma solução que resolva todos os problemas do Master de uma só vez, acrescentou a pessoa.

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