Construtora Mota-Engil, de Portugal, quer crescer no Brasil após acordo com Petrobras

Em entrevista à Bloomberg News, CEO Carlos Mota Santos diz que o Brasil é uma aposta forte para o grupo; túnel Santos-Guarujá é um dos projetos em estudo

Ponte em São Paulo: 'Estamos observando de perto as oportunidades, disse o CEO Carlos Mota Santos (Foto: Paulo Fridman/Bloomberg)
Por Henrique Almeida
27 de Maio, 2025 | 04:31 PM

Bloomberg — A construtora portuguesa Mota-Engil afirma que busca expandir suas operações no Brasil, já que a maior economia da América do Sul prioriza investimentos em infraestrutura para impulsionar o crescimento.

“O Brasil é uma aposta muito forte para o grupo”, disse o CEO Carlos Mota Santos em uma entrevista à Bloomberg News.

PUBLICIDADE

“É um país com muito potencial de crescimento nos setores de petróleo e gás e infraestrutura. Estamos observando de perto as oportunidades por lá”.

Leia também: Como uma ‘dor’ da Votorantim Cimentos deu origem a um negócio que fatura R$ 1,5 bi

Na segunda-feira (26), a empresa anunciou que assinou um contrato no valor de cerca de R$ 1,61 bilhão (US$ 284 milhões) com a Petrobras (PETR3; PETR4) para realizar serviços de manutenção no Brasil para a estatal.

PUBLICIDADE

Outras oportunidades de negócios no Brasil incluem o chamado projeto Santos-Guarujá — o primeiro túnel submerso e o maior do gênero na América do Sul, disse Mota Santos.

O projeto envolve um investimento estimado em R$ 6 bilhões, segundo o site do governo do estado de São Paulo. “Parece um projeto muito interessante”, disse Mota Santos, cuja família fundou a construtora em 1946.

A carteira de pedidos da Mota-Engil atingiu € 14,96 bilhões no primeiro trimestre, e a América do Sul responde por um quarto deste total.

PUBLICIDADE

Santos espera que a demanda por construção no Brasil e em outros países da América do Sul, como o México, continue a crescer devido aos gastos governamentais e ao investimento estrangeiro em infraestrutura.

A Mota-Engil está atualmente construindo uma fábrica de fertilizantes de US$ 1,2 bilhão para a estatal Petróleos Mexicanos (Pemex).

Enquanto isso, a África continuará sendo um dos principais motores de crescimento da Mota-Engil, disse Mota Santos, cuja empresa tem forte presença em Angola, produtora de petróleo.

PUBLICIDADE

O CEO também espera que os projetos de construção em Portugal — incluindo uma licitação para a construção de uma linha ferroviária de alta velocidade — sejam retomados após uma eleição antecipada neste mês.

A Mota-Engil venceu uma licitação no ano passado para construir um trecho da ferrovia de alta velocidade em Portugal e planeja concorrer a um novo trecho em uma licitação, prevista para o final do mês, afirmou Mota Santos.

“Vamos concorrer novamente e pretendemos ser competitivos”, acrescentou ele.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Fábrica de bilionários, WEG aposta em presença global para driblar guerra tarifária

Inadimplência no agro força ‘acerto de contas’ no Banco do Brasil