BTG Pactual tem lucro recorde de R$ 4,2 bi no 2º tri e ROAE chega a 27,1%

Banco de investimento reporta recordes em diversas unidades de negócios, como Investment Banking e Sales & Trading, reflexo de M&As e aumento de base de clientes e captações; Retorno sobre o Patrimônio Médio sobe quatro pontos no trimestre

Sede do BTG Pactual, em São Paulo
12 de Agosto, 2025 | 07:08 AM

Bloomberg Línea — Com impulso de recentes aquisições, o BTG Pactual (BPAC11), liderado por Roberto Sallouti (CEO) e André Esteves (chairman), registrou lucro líquido recorde de R$ 4,2 bilhões no segundo trimestre de 2025, um crescimento de 24,2% em relação ao período imediatamente anterior e de 42% em 12 meses.

Em meio a um cenário de juros ainda elevados que tem pressionado o mercado de capitais, o banco expandiu tanto suas receitas, que chegaram a R$ 8,3 bilhões (alta de 38% em 12 meses), quanto sua base de clientes.

PUBLICIDADE

O resultado do lucro superou o consenso de estimativas dos analistas (R$ 3,7 bilhões), segundo a Bloomberg.

O ROAE (Retorno sobre o Patrimônio Médio) alcançou 27,1% no trimestre, diante da performance das diferentes unidades de negócio do banco. No semestre, o indicador ficou em 25,1%, com receitas acumuladas de R$ 15,1 bilhões.

“Encerramos mais um trimestre com resultados expressivos, marcados por desempenhos recordes em praticamente todas as linhas de negócios e um ROAE excepcional de 27,1%”, afirmou Sallouti em nota à imprensa.

PUBLICIDADE

Na avaliação do CEO, os números refletem a capacidade de geração de valor de forma consistente e a solidez de um modelo de negócios diversificado.

“Seguimos investindo na expansão e na sofisticação de nossas plataformas, com foco contínuo em eficiência, disciplina de capital e na oferta completa de produtos e serviços aos nossos clientes”, completou o executivo.

A carteira de crédito se expandiu 22% no ano, totalizando R$ 237,9 bilhões. O crescimento trimestral foi de 3,1%, sustentado pela diversificação de ativos e por critérios de originação aplicados pela instituição.

PUBLICIDADE

Leia mais: BTG Pactual compra HSBC Uruguai por US$ 175 mi e reforça expansão internacional

As plataformas de Asset & Wealth Management registraram captação líquida de R$ 59 bilhões no trimestre. O total de recursos sob gestão (AuM/WuM) atingiu R$ 2,1 trilhões, consolidando a posição de liderança do banco no segmento.

O Investment Banking estabeleceu novo patamar de receitas, com R$ 782,1 milhões no período, acima do consenso de estimativas do mercado.

PUBLICIDADE

O crescimento de 105,6% no trimestre e 40,2% no ano foi impulsionado pelas operações de fusões e aquisições concluídas, segundo o balanço do banco.

A frente de dívida no mercado de capitais (DCM) também contribuiu para os resultados, acompanhando a recuperação da atividade de mercado.

Expansão da base de clientes

O Corporate Lending gerou receitas de R$ 2,106 bilhões, crescimento de 9% no trimestre e 37,3% no ano. A área se beneficiou da expansão da carteira de crédito e dos níveis de provisionamento mantidos pela instituição.

A divisão de Sales & Trading atingiu receitas de R$ 1,913 bilhão, estabelecendo novo recorde para a área. O resultado foi sustentado pela expansão da base de clientes e pela gestão de risco implementada.

O Asset Management registrou receitas de R$ 624,1 milhões, queda de 15,1% no trimestre. O AuM/AuA (ativos sob gestão e administração) cresceu para R$ 1,090 trilhão, alta de 6,3%, com captações líquidas de R$ 28 bilhões.

Leia mais: BTG Pactual vê com bons olhos possível expansão de operação no México, diz CFO

A área de Wealth Management & Personal Banking manteve sua trajetória de crescimento, com receitas de R$ 1,239 bilhão no segundo trimestre. O patrimônio sob gestão (WuM) chegou a R$ 1,056 trilhão.

As captações líquidas no Wealth Management totalizaram R$ 30,6 bilhões, com capacidade de atração de recursos mesmo em cenário de juros elevados.

Pan, Julius Baer, JGP e HSBS Uruguai

A divisão de Participations contribuiu com R$ 278,6 milhões para as receitas trimestrais. Os resultados refletem o desempenho das participações no Banco Pan e na Too Seguros, seguindo a estratégia de portfólio da instituição.

O Banco Pan adotou estratégia de retenção de maior parcela do portfólio de crédito consignado. Por essa razão, o BTG Pactual não realizou novas aquisições na área durante o trimestre, alinhando-se à nova abordagem.

As despesas operacionais somaram R$ 3,263 bilhões, crescimento de 15,9% em relação ao trimestre anterior. O aumento decorreu principalmente do maior provisionamento de bônus, vinculado à geração de receitas.

A amortização do ágio da aquisição do Julius Baer, acertada no início do ano, também contribuiu para o crescimento das despesas, após a conclusão da operação no final de março. O índice de eficiência ajustado melhorou para 35,6%, abaixo da média histórica.

No segundo trimestre, o BTG Pactual também anunciou a compra da JGP Wealth Management. A operação foi concluída em julho e vai adicionar no terceiro trimestre cerca de R$ 18 bilhões de ativos sob gestão e administração à carteira de family office, que já supera R$ 100 bilhões, segundo nota do banco.

O apetite do BTG por novos ativos não parou com o Julius Baer, dentro de sua estratégia de expansão internacional.

No final do mês passado, o BTG Pactual anunciou a aquisição do HSBC Uruguai, expandindo sua presença na América Latina. A operação está sujeita ao cumprimento de condições precedentes, incluindo aprovações regulatórias do Banco Central do Brasil.

O patrimônio líquido do BTG encerrou o trimestre em R$ 63,7 bilhões, crescimento de 6,6% no período e 20,0% no ano. O índice de Basileia subiu para 16,2%, reforçado pela emissão de letras financeiras perpétuas.

A emissão de instrumentos de capital AT1 adicionou 30 pontos base ao índice de Basileia. O Índice de Cobertura de Liquidez (LCR) permaneceu em 170,1%, mantendo os níveis de liquidez da instituição.

Leia também

Impulso fiscal poderá limitar cortes na Selic, diz Ana Paula Vescovi, do Santander

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 30 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.