Bloomberg — A Bayer concordou em investir até US$ 1,3 bilhão na Kumquat Biosciences para obter um novo medicamento potencial contra o câncer e impulsionar as perspectivas de crescimento de sua divisão farmacêutica.
A empresa alemã ajudará a financiar o desenvolvimento de um medicamento em estágio inicial da Kumquat, de capital fechado, para vários tipos de câncer nos quais um gene chamado KRAS sofre mutação, informou na terça-feira.
A empresa recorreu a transações de pequeno e médio porte para reabastecer seu pipeline, uma vez que seus medicamentos mais vendidos, o Xarelto, um anticoagulante, e o Eylea, um medicamento oftalmológico, enfrentam nova concorrência de medicamentos mais baratos.
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As ações da Bayer operavam perto da estabilidade no início das negociações em Frankfurt.
Outrora um ícone da indústria alemã, a empresa tem enfrentado dificuldades desde a aquisição da Monsanto em 2018, com as ações perdendo mais da metade de seu valor.
Ela recuperou algumas dessas perdas este ano, subindo 33% até agora.
A fabricante de medicamentos, que também atua na agricultura, não detalhou os compromissos financeiros.
Os números incluem um pagamento inicial, bem como outros condicionais vinculados a marcos de desenvolvimento e royalties adicionais escalonados sobre as vendas líquidas.
Segundo a empresa, a Kumquat, com sede em San Diego, cuidará do estudo clínico inicial. A Kumquat mantém uma opção exclusiva para negociar um acordo de compartilhamento de lucros e perdas nos EUA.
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As mutações KRAS ocorrem em quase 25% dos cânceres, e a mutação predominante visada pelo medicamento da Kumquat ainda carece de opções de tratamento eficazes, disse a Bayer, ao citar o potencial nos cânceres pancreático, colorretal e de pulmão.
O CEO Bill Anderson busca ressuscitar a sorte de uma empresa que está atolada em litígios em massa nos EUA sobre produtos herdados com a aquisição da Monsanto por US$ 63 bilhões.
Na área farmacêutica, a Bayer tem apostado no crescimento do medicamento para os rins Kerendia e do medicamento contra o câncer Nubeqa para evitar que a receita da divisão caia na segunda metade desta década.
A empresa também espera se beneficiar de uma série de investimentos em uma nova geração de terapias celulares e genéticas.
A Bayer não tem o poder de fogo financeiro de muitos de seus rivais, em parte devido ao alto endividamento que assumiu com o acordo com a Monsanto.
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