Azul espera voltar a dar lucro em 2026 após sair de recuperação judicial nos EUA

Em entrevista à Bloomberg News, John Rodgerson afirma que o ‘fluxo de caixa da empresa melhorou significativamente’; acordo judicial reduziu em mais de US$ 2,6 bilhões as dívidas e obrigações de leasing de aeronaves

John Rodgerson, chief executive officer of Azul
Por Siddharth Philip
16 de Dezembro, 2025 | 04:01 PM

Bloomberg — A Azul, agora apoiada pela United Airlines e a American Airlines, espera que uma redução da dívida desencadeada pela decretação de recuperação judicial sob o Chapter 11 nos EUA e uma série de contratos de leasing de aeronaves renegociados a ajudem a gerar lucro nos próximos dois anos.

A companhia aérea irá redirecionar seus planos de crescimento para o mercado doméstico, embora pretenda aumentar os voos para os EUA para atender à forte demanda pelos jogos da Copa do Mundo de futebol no próximo ano, afirmou o CEO John Rodgerson em entrevista à Bloomberg News. A Azul ainda aceitará entregas de novas aeronaves da Airbus e Embraer.

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“O fluxo de caixa da empresa melhorou significativamente”, disse Rodgerson. “Geraremos caixa em 2026. Geraremos caixa em 2027. Esse é o plano.”

Leia também: Azul obtém aprovação de tribunal dos EUA para plano de reestruturação de dívida

A Azul (AZUL4) obteve autorização judicial nos EUA na sexta-feira (12) para sair do Chapter 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos com um acordo que reduz em mais de US$ 2,6 bilhões as dívidas e obrigações de leasing de aeronaves.

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O acordo também prevê a captação de até US$ 950 milhões em novos investimentos de capital, incluindo da United e da American.

A redução da dívida vai economizar para a Azul US$ 200 milhões por ano em pagamentos de juros, disse Rodgerson.

Fundada em 2008 com alguns jatos Embraer, a Azul contraiu dívidas para adicionar novas aeronaves e crescer rapidamente.

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Após enfrentar dificuldades com as pressões cambiais e os efeitos persistentes da pandemia, a Azul seguiu seus maiores concorrentes na região e entrou com pedido de Chapter 11 em maio.

“Essa companhia aérea vai se fortalecer muito mais na fase final”, disse Rodgerson, de 49 anos. “É um plano de crescimento muito mais moderado.”

A United e a American investiram US$ 100 milhões cada na Azul, o que lhes permitirá deter separadamente 8,5% do novo capital da Azul quando esta sair do Chapter 11, de acordo com a Bloomberg Intelligence.

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A Azul planeja oferecer voos em codeshare com as companhias aéreas americanas, dando-lhes acesso a mais de 100 destinos brasileiros, disse Rodgerson.

A Azul não espera que o recente aumento nas ações de fiscalização da imigração nos EUA diminua a demanda, e Rodgerson afirma que os brasileiros adoram viajar para o país.

-- Reportagem atualizada às 17h19 para corrigir o título e retirar menção ao CEO, informada inicialmente no título original da Bloomberg News.

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