American Airlines reduz voos internacionais diante de entrega menor da Boeing

Companhia aérea não encerrará o serviço para nenhum dos seus 55 destinos internacionais de longa distância, mas reduzirá frequência de alguns, disse em comunicado

Reduções de voos internacionais acontecerão na segunda metade deste ano e no início de 2025
Por Mary Schlangenstein
27 de Abril, 2024 | 03:07 PM

Bloomberg — A American Airlines começou a cortar alguns voos internacionais e reduzir a frequência de outros em razão da incapacidade da fabricante de aeronaves Boeing de entregar o número de aviões de grande porte como estava planejado para este ano.

A companhia aérea não encerrará o serviço para nenhum dos seus 55 destinos internacionais de longa distância.

As mudanças, no entanto, são consequência do fato de que deve receber apenas três aeronaves Boeing 787 Dreamliner neste ano, em comparação com os seis planejados, disse a American em um comunicado publicado na sexta-feira (26).

A empresa também “continua a avaliar ajustes na malha aérea” devido ao recebimento de 16 aeronaves menores 737 Max em 2024, em vez das 20 previstas.

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“Estamos fazendo esses ajustes agora para garantir que possamos realocar os clientes em voos afetados”, disse a American.

As reduções acontecerão na segunda metade deste ano e no início de 2025.

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As mudanças destacam o efeito negativo em espiral crescente para companhias aéreas em todo o mundo resultante da crise que envolveu a Boeing. A empresa sofre investigação por parte dos reguladores federais de segurança da aviação dos EUA e uma limitação na produção de aeronaves após falhas de segurança.

A Southwest Airlines, cliente de longa data da Boeing com uma frota composta apenas por aviões 737, afirmou na quinta-feira (25) que estava reduzindo o ritmo de crescimento e oferecendo licenças voluntárias aos funcionários para ajudar a lidar com os “desafios significativos” decorrentes da queda das entregas.

Entre as mudanças, a American encerrará antecipadamente voos sazonais entre o Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York, e Atenas, bem como entre Filadélfia e Veneza, Itália. Voos entre JFK e Roma, e entre JFK e Buenos Aires, serão reduzidos para uma vez por dia.

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A companhia aérea suspenderá os voos entre JFK e Barcelona, e entre Chicago e Paris, no dia 3 de setembro, e não retomará essas rotas até o verão de 2025. Dallas-Fort Worth para Dublin terminará em 26 de outubro e será retomado no próximo verão.

A American disse que as mudanças não afetarão os planos de aumentar a capacidade de voo em 2024 em dígitos únicos em relação a 2023.

A Southwest havia congelado contratações anteriormente e disse que encerraria o ano com 2.000 funcionários a menos do que em 2023 devido à operação de menos aeronaves.

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Cerca de 800 funcionários já tiraram licenças de diversas durações sem remuneração para reduzir os custos operacionais.

Com a Boeing desacelerando a produção devido a preocupações com a qualidade de fabricação, a Southwest afirmou que a empresa está “urgentemente” focada em encontrar mais maneiras de reduzir custos e melhorar a eficiência.

A CNBC noticiou anteriormente os planos de redução de voos da American.

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