Visita de Biden a Israel e balanços bancários: os eventos que movem os mercados

Os investidores monitoram a viagem do presidente dos EUA a Israel e tomam nota de vários relatórios trimestrais nesta jornada

Estes são os eventos que orientam os investidores e movem os mercados hoje
Por Bianca Ribeiro - Michelly Teixeira
17 de Outubro, 2023 | 06:47 AM

Barcelona, Espanha — A visita do presidente dos Estados Unidos Joe Biden a Israel, prevista para quarta-feira (18), é acompanhada pelos mercados como um passo mais firme para evitar que a guerra contra o Hamas se amplie na região. No entanto, a força aérea israelense atacou hoje a região sul de Gaza, segundo a Associated Press, local onde os palestinos se refugiam desde que Israel ordenou a evacuação da região norte da faixa. Os investidores dirigem também as expectativas para discursos de vários membros do Federal Reserve (Fed) e para os balanços corporativos.

🏦 Olho no setor bancário. Entre os resultados trimestrais de destaque estão os do Bank of America e Goldman Sachs. Ontem, depois de balanços fortes, Wells Fargo e JPMorgan Chase ofertaram um total de US$13,25 bilhões em títulos de dívida para aproveitarem a bonança dos ativos com grau de investimento. O fato de os bancos tomarem empréstimos agora pode sinalizar uma expectativa de que isso se torne mais caro no futuro.

✂️ Racionalização e cortes. A Rolls-Royce anunciou um corte massivo de empregos, com plano de eliminar entre 2.000 e 2.500 postos de trabalho, cerca de 6% da planta atual, e racionalizar suas operações. O CEO Tufan Erginbilgic está aprofundando o seu esforço de recuperação da empresa e os negócios de tecnologia de engenharia e segurança serão unificados e administrados por Simon Burr, gerente sênior da subsidiária aeroespacial civil. As ações da empresa subiam ao redor de +2% em Londres.

Bloqueio comunitário. A TSM informou que não prosseguirá com o plano de uma nova fábrica de chips avançados no norte de Taiwan. A empresa não justificou a decisão, mas vem enfrentando crescente oposição de moradores de Taoyuan, que reclamam que o governo está adquirindo terrenos abaixo do preço de mercado, segundo informou a CNA e outros meios.

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⬆️ Salto sinalizador. Um relatório errôneo de que a BlackRock havia obtido aprovação para lançar um ETF à vista levou o bitcoin a US$30.002 na segunda-feira, o preço mais alto desde março. A alta repentina de +10% da criptomoeda mostrou o potencial efeito que poderá ter sobre o ativo uma eventual decisão favorável da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA de permitir que fundos que negociam em bolsa invistam diretamente no token. O avanço esfriou após o maior gestor financeiro do mundo avisar que seu pedido continua sob análise. Hoje, o bitcoin opera com volatilidade, negociado pouco acima de US$28.000.

🎢 Fortes emoções. Os títulos do Tesouro têm apresentado os maiores níveis de volatilidade desde março de 2020, quando a pandemia sacudiu os mercados. O prêmio de risco dos bônus norte-americanos de 30 anos oscilou quase 13 pontos-base por dia nos últimos cinco dias de negociação, mais de três vezes acima do que a média diária da última década. O rendimento do título de 30 anos ultrapassou 5% este mês pela primeira vez desde 2007, refletindo a ansiedade sobre um aperto sustentado na política do Fed.

👁️ Olho na geopolítica. A perspectiva de conversas no Oriente Médio sustentam o foco dos investidores e os rendimentos dos títulos da dívida norte-americana com vencimento em 10 anos sinalizam avanço nesta jornada. Ainda no âmbito da geopolítica vale destacar a viagem do presidente da Rússia Vladimir Putin à China, onde deve encontrar Xi Jinping durante o fórum para cooperação internacional “Belt and Road”, que discute investimentos em infraestrutura.

📈 O vaivém dos ativos. Os contratos futuros de índices dos EUA buscavam uma direção nesta manhã, com leves oscilações, assim como as bolsas europeias, onde os investidores também monitoram as notícias corporativas. Na Ásia, o fechamento foi positivo. Em outros mercados, o prêmio de risco do título de 10 anos dos EUA, em alta, era de 4,75%. O ouro subia pouco, assim como os contratos de petróleo bruto WTI. No mercado cambial, o euro e a libra esterlina se depreciavam frente ao dólar, enquanto o iene se valorizava.

(Com informações de Bloomberg News)

Os mercados esta manhã

🟢 As bolsas ontem (16/10): Dow Jones Industrials (+0,93%), S&P 500 (+1,06%), Nasdaq Composite (+1,20%), Stoxx 600 (+0,23%), Ibovespa (+0,67%)

Os esforços diplomáticos para conter a tensão no Oriente Médio trouxeram alívio ao mercados, assim como comentários do presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, que reforçou a possibilidade de o Fed manter os juros estável em novembro se os dados econômicos dos EUA não se alterarem bruscamente.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.

Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Vendas no Varejo /Set; Índice Redbook/Set; Estoques e Utilização da Capacidade Instalada/Set; Índice NAHB de Mercado Imobiliário/Out; Estoques de Petróleo Bruto Semanal API)

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Europa: Zona do Euro (Percepção Econômica ZEW/Out); Reino Unido (Taxa de Desemprego/Ago); Alemanha (Percepção Econômica ZEW/Out)

Ásia: Japão (Índice de Atividade da Indústria/Ago); China (PIB/3T23); Vendas no Varejo/Set)

América Latina: Brasil (IGP-10/Out); Crescimento do Setor de Serviços/Ago)

Bancos centrais: Discursos de Michelle Bowman, John Willians, Thomas Barkin (Fed); Joachim Nagel (Bundesbank)

Balanços: J&J, Bank of America, BHP Group, Lockheed Martin, Goldman Sachs, Prologis, Bank of NY Mellon, United Airlines Holdings, Coelba

🗓️ Os eventos de destaque na semana →

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Bianca Ribeiro

Bianca Ribeiro

Jornalista especializada em economia e finanças, com passagem por redações e veículos focados em economia, como Valor Econômico, Agência Estado e Folha de S.Paulo.

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.