Petrobras cai 3,7% e pressiona Ibovespa para perdas; dólar sobe para R$ 5,69

Investidores aguardam ainda as decisões de juros nos Estados Unidos e no Brasil nesta semana, com apostas na manutenção das taxas, mas atenção a sinais sobre os próximos passos

After Hours
05 de Maio, 2025 | 06:13 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou esta segunda-feira (5) em baixa, pressionado pelas ações da Petrobras (PETR4) e pela cautela de investidores diante da guerra comercial e das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos na quarta-feira (7).

O principal índice da B3 caiu 1,22%, aos 133.491 pontos. Parte da pressão negativa veio dos papéis da Petrobras, que recuaram 3,73% (PETR4) acompanhando a baixa de quase 2% do preço do petróleo no mercado internacional.

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Fechamento 05/05/2025

No último sábado (3), a Opep+ concordou em aumentar a produção em 411.000 barris por dia em junho. A decisão de aumentar a oferta amplia a preocupação de investidores, no momento em que as tarifas impostas pelo presidente americano Donald Trump já devem desacelerar a demanda pela commodity.

A queda do petróleo também ajudou a enfraquecer o real frente ao dólar. A moeda americana avançou 0,63% nesta segunda-feira, negociada a R$ 5,69.

As negociações que envolvem as tarifas também continuaram no radar. Trump disse a repórteres que os Estados Unidos poderiam fechar acordos comerciais com alguns países ainda nesta semana.

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Ele acrescentou que, embora não tenha planos de falar com o presidente chinês, Xi Jinping, nos próximos dias, permanece aberto a aliviar as tarifas sobre a China em algum momento.

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A atenção dos investidores também se concentrou na expectativa antes de decisão de juros do Fed (Federal Reserve, banco central americano) que será divulgada na próxima quarta-feira (7).

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Após ameaçar demitir Jerome Powell, presidente do Fed, Trump insistiu que não planeja tirá-lo do cargo, mas continuou a pressioná-lo para cortar os juros.

A expectativa do mercado é que o Fed mantenha a taxa de juros americana inalterada no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano.

No Brasil, a próxima decisão de juros do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) também será divulgada na quarta-feira, evento conhecido no mercado como “Super Quarta”.

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A projeção do mercado é a de nova alta de 0,5 ponto percentual na Selic, levando a taxa a 14,75% ao ano. É esperado que a decisão seja a última do ciclo de alta da Selic.

- Com informações da Bloomberg News.

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Beatriz Quesada

Jornalista especializada na cobertura econômica. Formada pela USP, escreve sobre mercados, negócios e setor imobiliário. Tem passagens por Exame, Capital Aberto e BandNews FM.