Loretta Mester, do Fed de Cleveland, sugere que juros devem continuar altos

Para Mester, política monetária está bem posicionada no momento, acrescentando que espera que o crescimento dos preços esfrie em um ritmo mais lento do que no ano passado

Mester, que vota nas decisões de política este ano, deixará o cargo no final de junho
Por Jonnelle Marte
16 de Maio, 2024 | 04:42 PM

Bloomberg — A presidente do Federal Reserve Bank de Cleveland (Fed), Loretta Mester, disse que os formuladores de política monetária precisam de mais dados para terem confiança de que a inflação caminha para a meta de 2% do banco central e sugeriu que os diretores devem manter as taxas de juros elevadas por mais tempo para que isso aconteça.

A política monetária está bem posicionada no momento, reiterou Mester, acrescentando que espera que o crescimento dos preços esfrie em um ritmo mais lento do que no ano passado, agora que há menos melhorias provenientes de interrupções nas cadeias de suprimentos.

“As informações econômicas recebidas indicam que levará mais tempo para obtermos essa confiança”, disse Mester nesta quinta-feira (16) em um evento em Wooster, no estado de Ohio. “Manter nossa postura restritiva por mais tempo é prudente neste momento, à medida que obtemos clareza sobre o caminho da inflação.”

Leia também: Williams, do Fed, não vê motivo para mudar atual postura de política monetária

PUBLICIDADE

A presidente do Fed de Cleveland afirmou no início desta semana que a taxa de juros estava em um “bom lugar” e que era cedo demais para dizer que o progresso em relação à inflação havia estagnado, um sentimento que ela repetiu na quinta.

“Nossa postura atual da política monetária nos coloca em uma boa posição para lidar com os riscos que podem ser realizados”, disse ela em seus comentários. “Mover as taxas para baixo muito cedo ou muito rapidamente sem evidências suficientes para nos dar confiança de que a inflação está em um caminho sustentável e oportuno de volta a 2% arriscaria desfazer o progresso que fizemos em relação à inflação.”

Mester, que vota nas decisões de política este ano, está deixando o cargo no final de junho, quando seu mandato expirar. Os formuladores de políticas do Fed se reunirão em 11 e 12 de junho.

Dados divulgados na quarta-feira (15) mostraram que uma medida de inflação subjacente nos Estados Unidos diminuiu em abril pela primeira vez em seis meses, representando algum progresso na direção que os funcionários do Fed gostariam de ver antes de reduzir as taxas.

O núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (CPI), que exclui os custos de alimentos e energia, subiu 0,3% em relação a março após três meses de leituras maiores do que o esperado, mostraram dados do Bureau of Labor Statistics.

Mester disse que o relatório ofereceu uma "diminuição bem-vinda" na inflação mensal, mas ela e outros banqueiros centrais disseram que desejam ver mais dados para terem confiança de que a inflação está caminhando para a meta de 2% do Fed.

Os funcionários mantiveram sua taxa de referência estável mais cedo neste mês em uma faixa-alvo de 5,25% a 5,5% ao ano — o mesmo patamar desde julho do ano passado. O presidente do Fed, Jerome Powell, disse na terça-feira que os funcionários precisarão ser pacientes e permitir que a política restritiva faça seu trabalho.

PUBLICIDADE

O presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, ecoou essa visão na quinta, dizendo que o Fed precisa manter os custos de empréstimos altos por mais tempo para garantir que a inflação esteja no caminho certo para sua meta, citando preços mais altos no setor de serviços.

"Ainda acho que há muita movimentação no lado dos serviços e levará um pouco de tempo", disse Barkin, que também vota nas decisões de política este ano, em entrevista à CNBC. "Eu acredito que estamos no caminho certo aqui."

Veja mais em Bloomberg.com