Inflação PCE, queda livre da Intel e salto no luxo: os eventos que movem os mercados

Hoje sai o índice inflacionário preferido do Fed, o que poderá indicar pistas sobre o rumo dos juros; a semana fecha com balanços importantes, como os da American Express e Colgate-Palmolive

Estes são os eventos que orientam os investidores e movem os mercados hoje
26 de Janeiro, 2024 | 07:02 AM

Barcelona, Espanha — Após seis sessões de alta em Nova York, os investidores teriam motivos para uma realização de lucros. O iminente deflator do consumo privado (PCE) dos Estados Unidos, índice inflacionário preferido do Federal Reserve (Fed), para o qual se espera +2,6%, poderia moderar o mercado, embora uma queda o reanimaria. O recente Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre dos EUA, surpreendentemente robusto (+3,3%), com um deflator de preços baixo (+1,5%), mostrou que a economia norte-americana está desafiando todas as previsões de uma recessão.

Enquanto a economia dos EUA mostra força, crescimento e inflação mais moderada, o Banco Central Europeu (BCE) continua cauteloso com relação à política de taxas de juros. Ontem, ao manter as taxas de juros, a presidente Christine Lagarde transmitiu um tom mais suave do que na semana passada em Davos. Mas permaneceu cautelosa e evitou dar qualquer pista, insistindo em uma abordagem dependente de dados macroeconômicos.

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😶‍🌫️ Panorama difícil. Depois de fechar o pregão em baixa, a Intel (INTC) continuava em queda acentuada (mais de -12%) no pré-mercado, às 7h de Brasília. Isso porque apresentou prognósticos decepcionantes para vendas e lucro, renovando as dúvidas sobre uma reviravolta há muito prometida na outrora dominante fabricante de chips. A perspectiva sombria sugere que o CEO Pat Gelsinger ainda tem um longo caminho a percorrer para restaurar a antiga proeza da Intel.

👜 Luxo em alta. As ações da LVMH, dona de marcas como Louis Vuitton, Dior e Tiffany, superavam hoje os 9%, o maior salto desde março de 2022, após o grupo reportar um aumento de 10% nas vendas do quarto trimestre. Os ganhos se espalharam entre seus pares de luxo. Estrategistas do Barclays elevaram a recomendação de compra das ações de luxo europeias, citando sua diversificação global como um ponto forte.

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🚛 Choque de realidade. A Volvo, a segunda maior fabricante de caminhões do mundo, vai diminuir progressivamente a produção para se ajustar à demanda atual. Esta decisão vem após um período de interrupções na cadeia de suprimentos que gerou um volume recorde de pedidos. Segundo a empresa, a situação de alta demanda observada em 2022 e 2023 agora se normalizou, especialmente na Europa, onde os prazos de entrega retornaram a níveis mais habituais.

📈 O vaivém dos ativos. Os contratos futuros de índices dos EUA baixavam. Na Europa, as bolsas subiam. No encerramento do mercado acionário da Ásia, a maioria das bolsas caiu. Os prêmios do título soberano dos EUA a 10 anos caíam. Os contratos de ouro subiam, mas os do petróleo recuavam. O bitcoin se valorizava.

(Com informações de Bloomberg News)

🗓️ AGENDA: Os eventos e indicadores em destaque hoje e na semana →

Os mercados esta manhã
🔘 As bolsas ontem (25/01): Dow Jones Industrials (+0,64%), S&P 500 (+0,53%), Nasdaq Composite (+0,18%), Stoxx 600 (+0,30%), Ibovespa (+0,28)
Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.