Índices de NY fecham em queda após sessão volátil em dia de decisão do Fed; EWZ sobe

S&P 500 e Nasdaq viraram para queda depois de oscilar durante o dia, enquanto o Dow Jones subiu; no Brasil, bolsa ficou fechada para o feriado

Bolsa de Nova York
Por Rita Nazareth
01 de Maio, 2024 | 06:54 PM

Bloomberg — Os índices de Nova York fecharam em queda nesta quarta-feira (1º) em uma sessão volátil influenciada pela decisão de política monetária do Federal Reserve. O S&P 500 e o Nasdaq fecharam em queda de 0,34% e 0,33% respectivamente, enquanto o Dow Jones subiu 0,23%. No Brasil, a bolsa ficou fechada nesta quarta em razão do feriado. O EWZ, fundo de índice de ações brasileiras negociado em Nova York, subiu 0,39%

Os mercados chegaram a operar no positivo depois de o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmar que é “improvável” que o próximo movimento seja um aumento de juros. O movimento, no entanto, perdeu forçar ao fechamento. O S&P 500 reverteu para queda conforme os fabricantes de chips despencaram na última hora de negociação. O iene disparou, alimentando especulações de que o Japão poderia estar intervindo para apoiar a moeda.

Diretores do Fed decidiram unanimemente manter a taxa de juros na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano pela sexta vez consecutiva. A taxa está no mesmo patamar desde julho do ano passado.

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Embora Powell tenha descartado por ora um aumento de juros, ele afirmou que provavelmente levará mais tempo do que o esperado anteriormente para o Federal Reserve ganhar confiança suficiente sobre a trajetória da inflação para começar a reduzir as taxas de juros. Sobre a possibilidade de aumento de juros, Powell disse que as autoridades precisariam ver evidências persuasivas de que a política monetária não está restritiva o suficiente para trazer a inflação de volta para a meta de 2%.

“Jay Powell acertou em cheio hoje”, disse Ronald Temple, da Lazard. “Ele não caiu na armadilha de falar sobre aumento de taxas. Acredito que a abordagem cautelosa do FOMC será vencedora ao longo do tempo, à medida que a inflação diminuir ao longo do ano.”

Os rendimentos dos títulos de 10 anos dos EUA caíram cinco pontos-base para 4,63%.

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“A mensagem principal foi que os cortes foram adiados — não interrompidos”, disse Krishna Guha, da Evercore. “Em relação às expectativas, este é um reajuste hawkish muito medido.”

Embora o Fed tenha sinalizado que não planeja cortar as taxas tão cedo, o fato de que os oficiais estão reduzindo o ritmo com que encolhem seu balanço, significará menos pressão ascendente sobre os rendimentos dos títulos, segundo Sonu Varghese, da Carson Group.

No plano anunciado na quarta-feira, o Fed disse que reduzirá o limite mensal de quanto Tesouros ele permitirá que amadureçam sem serem reinvestidos, para US$ 25 bilhões de US$ 60 bilhões, enquanto mantém o limite para títulos lastreados em hipotecas inalterado em US$ 35 bilhões.

O banco central vem reduzindo suas participações desde junho de 2022 — um processo conhecido como aperto quantitativo. Ele aumentou gradualmente o valor combinado de títulos do Tesouro e hipotecas que permitiu que vencessem sem serem reinvestidos para um total de US$ 95 bilhões por mês.

Para Ian Lyngen, do BMO Capital Markets, a redução do aperto quantitativo combinada com os US$ 10 bilhões por mês de recompra do Tesouro pelo Departamento do Tesouro representam uma mudança construtiva na dinâmica de fluxo para o mercado de taxas dos EUA.

“Quanto menos dívida do Tesouro que vence do balanço do Fed, menos dívida precisa ser absorvida pelo mercado”, disse Greg McBride, do Bankrate. “Isso poderia ajudar a manter os rendimentos dos títulos do Tesouro de longo prazo sob controle após os aumentos acentuados até agora em 2024.”

-- Com informações da Bloomberg Línea