Ibovespa sobe com Petrobras e bancos, apesar de cautela externa com Oriente Médio

Escalada do conflito entre Irã e Israel contribui para uma aversão ao risco global, com investidores monitorando ainda o rumo dos juros nos EUA

Trader na NYSE: bolsas em Wall Street têm abertura com cautela
19 de Abril, 2024 | 10:25 AM

Bloomberg Línea — Uma escalada dos conflitos no Oriente Médio elevou o sentimento de cautela dos mercados nesta sexta-feira (19), contribuindo para a queda de bolsas ao redor do mundo e valorização de ativos considerados “porto seguro”, como dólar e ouro.

No Brasil, o Ibovespa (IBOV) tentava se manter no campo positivo nesta manhã, com o ganho de ações de grandes bancos e da Petrobras (PETR3; PETR4). Os papéis da Vale (VALE3), que têm grande peso no índice, contudo, recuavam, apesar de mais um ganho semanal para o minério de ferro.

Por volta das 10h20 (horário de Brasília), o Ibovespa subia 0,20%, aos 124.439 pontos. O dólar, por sua vez, amenizou os ganhos e operava estável a R$ 5,25. Em Wall Street, os índices futuros recuavam até 0,3%, caso do futuro do Nasdaq.

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Mais cedo nesta sexta, Israel lançou um ataque retaliatório contra o Irã, de acordo com dois oficiais dos Estados Unidos. Uma explosão foi ouvida na madrugada na cidade de Isfahan, no Irã, conforme relatado pela agência de notícias semi-oficial Fars do país. O jornal New York Times relatou que dois oficiais de defesa israelenses confirmaram que a nação esteve por trás do ataque.

Os movimentos mais recentes encerram uma semana sombria para os mercados, depois que dados econômicos sólidos e discursos de membros do Federal Reserve mais hawkish reforçaram a especulação de que as taxas de juros nos EUA permanecerão mais altas por mais tempo.

Membros do Fed têm falado nos últimos dias sobre o rumo esperado dos juros na maior economia do mundo. Enquanto John Williams, do Fed de Nova York, diz ver possível até mesmo um aumento de taxa, se justificado, seu colega de Atlanta, Raphael Bostic, não acha que será apropriado afrouxar a política monetária até o final de 2024.

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Isso porque indicadores continuam a demonstrar a resiliência da economia americana, com pedidos de seguro-desemprego inferiores às expectativas na metade de abril e o índice de manufatura do Federal Reserve da Filadélfia atingindo o ápice dos últimos dois anos.

No cenário corporativo, investidores seguem monitorando a temporada de balanços do primeiro trimestre. Destaque ainda para o acordo de fusão anunciado por fato relevante nesta manhã pela Petz e Cobasi.

O acordo vai unir as duas maiores empresas do setor pet, em um novo grupo combinado com receitas de R$ 6,9 bilhões, Ebitda ajustado de R$ 464 milhões, 20 marcas e cerca de 480 lojas no país.

Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.