Ibovespa sobe 2,6%, e dólar cai 1% após sinal de possível corte de juros nos EUA

Principais bolsas americanas tiveram dias de fortes ganhos após presidente do Fed mencionar possível mudança de rota na política monetária

After Hours
22 de Agosto, 2025 | 06:20 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) registrou seu melhor pregão desde abril nesta sexta-feira (22) acompanhando o otimismo nos mercados globais com a perspectiva de um possível corte de juros nos Estados Unidos.

O principal índice da B3 subiu 2,57%, aos 137.968 pontos. Foi a maior alta desde 9 abril, quando o presidente americano Donald Trump decidiu suspender sua primeira onda de tarifas.

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O dólar, por sua vez, recuou globalmente e registrou queda de 0,95% ante o real, cotado a R$ 5,43.

Fechamento 22082025

O movimento veio após o aguardado discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Powell discursou na manhã desta sexta-feira no simpósio anual do Fed de Kansas em Jackson Hole, no Wyoming.

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“A estabilidade da taxa de desemprego e outras medidas do mercado de trabalho nos permitem prosseguir com cautela ao considerarmos mudanças em nossa postura política”, disse Powell.

“No entanto, com a política monetária em território restritivo, a perspectiva básica e a mudança no equilíbrio de riscos podem justificar um ajuste em nossa postura política.”

A menção a uma possível virada na estratégia do Fed para abarcar cortes de juros entusiasmou os investidores globais nesta sexta-feira.

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O Dow Jones subiu 1,89%, enquanto S&P500 teve alta de 1,52% e Nasdaq de 1,88%.

Antes do discurso de Powell, os investidores estimavam a probabilidade de 75% de um corte nas taxas na próxima reunião entre 16 e 17 de setembro.

Essa porcentagem subiu para 83,1% após a fala, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group.

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Por outro lado, Powell argumentou que o Fed deve se precaver contra a perspectiva de que as tarifas do presidente Donald Trump levem a uma inflação persistente. Ele afirmou que os efeitos das tarifas sobre os preços ao consumidor são “claramente visíveis”, mas é razoável esperar que os efeitos sejam relativamente curtos.

“Também é possível, no entanto, que a pressão ascendente sobre os preços, causada pelas tarifas, possa estimular uma dinâmica inflacionária mais duradoura, e esse é um risco a ser avaliado e gerenciado”, disse Powell.

“Quando nossos objetivos estão em tensão como agora, nossa estrutura exige que equilibremos ambos os lados do nosso duplo mandato [que observa inflação e mercado de trabalho]”, acrescentou.

-- Com informações da Bloomberg News

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Beatriz Quesada

Jornalista especializada na cobertura econômica. Formada pela USP, escreve sobre mercados, negócios e setor imobiliário. Tem passagens por Exame, Capital Aberto e BandNews FM.