Ibovespa recua com pressão de Petrobras e cenário externo; dólar cai a R$ 5,64

Investidores aguardam ainda as decisões de juros nos Estados Unidos e no Brasil, o que pode voltar a impactar os mercados

Os papéis da Petrobras recuam 1,49% acompanhando a baixa do petróleo no mercado internacional.
05 de Maio, 2025 | 11:23 AM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) recua nesta segunda-feira (5), pressionado pelas ações da Petrobras (PETR4) e com investidores no aguardo de novos desdobramentos da guerra comercial em meio às decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos.

O principal índice da B3 cai 0,42% por volta das 11h, aos 134.572 pontos. Parte da pressão negativa vem dos papéis da Petrobras, que recuam 1,49% acompanhando a baixa do petróleo no mercado internacional.

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No último sábado (3), a OPEP+ concordou em aumentar a produção em 411.000 barris por dia em junho. A decisão de aumentar a oferta preocupa investidores já que as tarifas impostas pelo presidente americano Donald Trump podem desacelerar a demanda pela commodity.

As negociações que envolvem as tarifas também continuam no radar. Trump disse a repórteres que os Estados Unidos poderiam fechar acordos comerciais com alguns países ainda esta semana.

Ele acrescentou que, embora não tenha planos de falar com o presidente chinês, Xi Jinping, nos próximos dias, permanece aberto a aliviar as tarifas sobre a China em algum momento.

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Em clima de cautela, o dólar recua globalmente e também cai frente ao real. A moeda americana tem baixa de 0,16% nesta segunda-feira e é negociada a R$ 5,64.

A atenção dos investidores também se concentra na decisão de juros do Fed (Federal Reserve, banco central americano) que será divulgada na próxima quarta-feira (7).

Após ameaçar demitir Jerome Powell, presidente do Fed, Trump insiste que não planeja tirá-lo do cargo, mas continua a pressioná-lo para cortar os juros.

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A expectativa do mercado é que o Fed mantenha a taxa de juros americana inalterada no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano.

No Brasil, a próxima decisão de juros do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) também será divulgada na quarta-feira, evento conhecido no mercado como “Super Quarta”.

A projeção do mercado é de nova alta de 0,5 ponto percentual na Selic, levando a taxa a 14,75% ao ano. É esperado que a decisão seja a última do ciclo de alta da Selic.

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- Com informações da Bloomberg News.

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Beatriz Quesada

Jornalista especializada na cobertura econômica. Formada pela USP, escreve sobre mercados, negócios e setor imobiliário. Tem passagens por Exame, Capital Aberto e BandNews FM.