Ibovespa fecha em alta com avanço de Vale e Petrobras; Casas Bahia sobe 34%

Varejista fechou acordo extrajudicial com os principais credores para reestruturar parte da dívida e alongar os pagamentos; no exterior, bolsas sobem de olho em balanços

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29 de Abril, 2024 | 06:02 PM

Bloomberg Línea — O sentimento de otimismo tomou conta dos mercados nesta segunda-feira (29), impulsionando as ações no Brasil e em Nova York. O Ibovespa (IBOV) fechou em alta de 0,65%, aos 127.352 pontos. Já o dólar (USDBRL) ficou perto da estabilidade e avançou 0,09%, negociado a R$ 5,12 no fechamento.

No Brasil, os ganhos foram influenciados principalmente pelas ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3; PETR4), que avançaram e ficaram entre as principais contribuições positivas.

Nesta segunda, a Vale e a BHP ofereceram pagar cerca de R$ 127 bilhões em danos pelo desastre da barragem de rejeitos da Samarco em Mariana (MG).

A oferta surge em um momento em que as mineradoras e as autoridades brasileiras retomam negociações que fracassaram no ano passado. As autoridades pediram R$ 155 bilhões para cobrir reparações, indenizações e outros danos.

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O destaque do dia foram os papéis do Grupo Casas Bahia (BHIA3), que dispararam 34,19% depois de a empresa fazer um acordo extrajudicial com bancos credores para renegociar dívidas e melhorar a estrutura de capital.

A varejista ofereceu a bancos credores a opção de conversão de debêntures em ações da companhia em um período entre 18 e 36 meses em troca do alongamento e da redução de custo das obrigações. A proposta significa que o grupo não planeja mais pagar R$ 2,3 bilhões em vencimentos integrais previstos para 2024 e 2025, ou seja, dívidas com títulos de curto prazo.

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O prazo de carência acordado com dois de seus principais bancos credores, Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4), o que na prática indica que a varejista já tem apoio suficiente para aprovação da renegociação.

A companhia estima que o acordo com credores financeiros que abrange o total de R$ 4,1 bilhões em debêntures e CCBs (cédulas de crédito bancário) pode representar um melhora de R$ 4,3 bilhões no seu fluxo de caixa nos próximos quatro anos (2027).

Apesar do avanço no dia, o papel ainda acumula queda de 36% em 2024 e de 81% em 12 meses.

Além da varejista, os papéis do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), Hypera (HYPE3), Alpargatas (ALPA4) e MRV (MRVE3) também subiram e ficaram entre as maiores altas do dia.

Na outra ponta, Itaú Unibanco (ITUB4), B3 (B3SA3) e Eletrobras (ELET3; ELET6) caíram e foram as maiores contribuições negativas. Petz (PETZ3), 3R (RRRP3), Eneva (ENEV3), Suzano (SUZB3) e Braskem (BRKM5) recuaram e ficaram entre as maiores quedas.

Mais cedo, a divulgação do IGP-M de abril pela FGV revelou uma variação de 0,31%, após deflação de 0,47% em março. No ano, o índice tem queda acumulada de 0,60%; nos últimos doze meses, recuo de 3,04% . No mesmo mês em 2023, o IGP-M havia sido de -0,95%.

Nos Estados Unidos, os investidores têm se voltado para a temporada de balanços e as expectativas de que os lucros das empresas podem continuar a subir, colocando em segundo plano as apostas de que o Federal Reserve manterá as taxas de juros elevadas por mais tempo.

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Entre as companhias que já informaram o resultado do primeiro trimestre nos EUA, 80% superaram as expectativas de lucros dos analistas. Os lucros do primeiro trimestre apontam para um aumento de 4,7% em relação ao ano anterior, ante a estimativa de 3,8% antes do início da temporada de balanços, de acordo com dados compilados pela Bloomberg Intelligence.

- Com informações da Bloomberg News.