Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou em alta de 0,21%, aos 129.481 pontos, nesta quarta-feira (8) antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre o novo patamar da taxa de juros no país. O dólar (USDBRL) subia 0,36% e era negociado a R$ 5,09 no fechamento.
Os ganhos foram impulsionados pelo avanço das ações da BRF (BRFS3), que reportou lucro acima das expectativas de analistas. Com a alta, os papéis da Marfrig (MRFG3), controladora da BRF, também subiram. A Petrobras (PETR3; PETR4), o Itaú Unibanco (ITUB4) e a Suzano (SUZB3) também tiveram ganhos, sustentando a alta do Ibovespa.
Por outro lado, a Vale (VALE3) caiu, reduzindo os ganhos, assim como os papéis do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), Telefônica Vivo (VIVT3), Petz (PETZ3) e Ambev (ABEV3). A cervejaria brasileira reportou resultado que ficou aquém do esperado.
Investidores aguardavam a decisão da reunião de política monetária do Banco Central. A expectativa do mercado financeiro é por uma desaceleração no ritmo de cortes da taxa Selic. O relatório Focus, do BC, desta semana aponta para corte de 0,25 ponto percentual, para 10,50% ao ano, abaixo da redução de 0,50 pp esperada na semana passada.
Para analistas consultados pela Bloomberg News, a piora do cenário, com exterior adverso e aumento das expectativas de inflação, deve levar a uma desaceleração no ritmo de cortes dos juros.
No exterior, a temporada de balanços segue tomando conta do noticiário. A Uber, por exemplo, divulgou receita com corridas e entregas inferior às expectativas no primeiro trimestre. O resultado ocorreu por conta de uma demanda mais fraca do que o esperado na América Latina e uma base de comparação forte do carnaval pós-covid no Brasil.
As ações da cervejaria Anheuser-Busch InBev chegaram a avançar mais de 4% com vendas na América do Norte melhores do que o esperado, enquanto a Siemens Energy disparou 11% após aumentar suas projeções.
As ações no mundo todo têm apresentado uma recuperação até agora em maio, impulsionadas pelas perspectivas de cortes nas taxas de juros do Fed e por ganhos sólidos, embora o ritmo do avanço esteja diminuindo.
Enquanto isso, investidores continuam avaliam as perspectivas para os juros nos Estados Unidos. A presidente do Federal Reserve Bank de Boston, Susan Collins, sinalizou que as taxas provavelmente precisarão ser mantidas em um patamar elevado por mais tempo do que o previsto anteriormente para reduzir a demanda e diminuir as pressões sobre os preços.
Collins, que observou a falta de progresso desinfacionário em 2024, afirmou que um crescimento econômico mais lento será necessário para garantir que a inflação permaneça em um caminho sustentável em direção à meta de 2% do Fed. Ela não ofereceu uma estimativa de quando os cortes nas taxas podem ocorrer.
“As recentes surpresas positivas na atividade econômica e na inflação sugerem a provável necessidade de manter a política em seu nível atual até que tenhamos maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%”, disse Collins em um discurso preparado na quarta-feira no Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
- Com informações da Bloomberg News.