Bloomberg Línea — A bolsa brasileira passou por um movimento de aversão ao risco nesta terça-feira (16) após a divulgação de pesquisa sobre as eleições presidenciais de 2026.
Sondagem da Genial/Quaest mostrou que, em um cenário do segundo turno, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceria Flávio Bolsonaro por 46% a 36%, resultado próximo ao observado contra Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo. Nesse caso, o petista teria vantagem de 45% a 35%.
O levantamento indica ainda que 62% dos eleitores não votariam no filho de Jair Bolsonaro de jeito nenhum.
Com a reação de investidores, o Ibovespa (IBOV) amargou queda de 2,42%, aos 158.558 pontos. Houve impacto também sobre o dólar, que subiu 0,73% na sessão, para R$ 5,46.

Os mercados locais já estavam pressionados desde a abertura com investidores de olho na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que manteve os juros em 15% ao ano.
O tom da carta foi considerado mais duro que o esperado pelo mercado: o BC reforçou que a manutenção da taxa por um período bastante prolongado é uma estratégia adequada.
“O Comitê não parece inclinado a cortar a taxa Selic em janeiro, apesar da recente melhora nas perspectivas de inflação”, disse Caio Megale, economista-chefe da XP em entrevista à Bloomberg News.
No exterior, os ativos reagiram ao payroll, principal indicador do mercado de trabalho americano e indicador observado de perto pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) para formulação da política monetária.
O payroll mostrou a criação de 64 mil vagas de emprego não-agrícolas em novembro, após uma queda de 105 mil em outubro. O resultado veio acima das expectativas dos analistas, que projetavam a criação de 50 mil vagas.
A taxa de desemprego, porém, ficou em 4,6% no mês passado, acima dos 4,4% registrados em setembro. A taxa de desemprego de outubro não foi divulgada porque não foi possível coletar retroativamente os dados após o período de paralisação do governo dos Estados Unidos.
“Um desemprego mais alto pode parecer dovish para os juros. No entanto, isso decorreu de cortes de empregos no governo, e não de fraqueza na economia cíclica. Esses dados pouco mudam o cenário após três cortes, especialmente porque os formuladores de política sabem que estímulos estão a caminho”, disse David Russell, da TradeStation, à Bloomberg News.
O S&P500 e o Dow Jones fecharam o dia em baixas de 0,24% e 0,65%, respectivamente. Já o Nasdaq subiu 0,23%.
-- Com informações da Bloomberg News.
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