Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) subiu nesta quarta-feira (10) após a divulgação de dados de inflação que mostraram uma retração menor do que a expectativa do mercado no Brasil.
O principal índice da B3 teve alta de 0,52%, aos 142.349 pontos – perto de renovar o recorde batido na última sexta-feira (5).
Já o dólar comercial (USDBRL) caiu 0,53% depois de dois dias perto da estabilidade, e fechou cotado a R$ 5,41.
A alta da bolsa e a valorização real ganharam força com a divulgação da inflação mensal do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que veio abaixo do esperado pelo mercado.
Os dados oficiais divulgados na manhã desta quarta-feira mostraram que os preços ao consumidor caíram 0,11% em relação ao mês anterior, um pouco abaixo da mediana das previsões de queda de 0,15% dos analistas consultados pela Bloomberg News. Em relação a um ano atrás, a inflação ficou em 5,13%.
O indicador reforça a possibilidade de o Banco Central iniciar um corte da taxa de juros. Ainda assim, a expectativa é que a trajetória de redução da Selic comece apenas em 2026.
A inflação foi assunto também nos Estados Unidos, com a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (PPI) de agosto, que avalia a pressão da inflação sobre a cadeia produtiva.
O índice de preços ao produtor caiu 0,1% em agosto em relação ao mês anterior e o número de julho foi revisado para baixo, enquanto a expectativa era de alta para o mês.
O dado reforçou a expectativa por corte de juros na decisão da próxima semana do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), marcada para os dias 16 e 17.
As bolsas americanas fecharam em alta. O S&P 500 subiu 0,30%, enquanto o Nasdaq ficou perto da estabilidade, subindo 0,03%.
O dado funcionou ainda como uma prévia do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de agosto, que será divulgado na quinta-feira (11) e é considerado o principal termômetro da inflação americana.
Investidores avaliam ainda o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete aliados acusados de articular um golpe de Estado.
Foram proferidos os votos do relator Alexandre de Moraes e do ministro Flávio Dino da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) – ambos pela condenação – e o do ministro Luiz Fux, que divergiu e defendeu a anulação de todo o processo.
Ainda assim, existe a possibilidade de Bolsonaro ser condenado ainda nesta semana, com conclusão do julgamento até sexta-feira (12). O que preocupa o mercado é uma possível retaliação dos Estados Unidos após a eventual condenação.
-- Com informações da Bloomberg News.
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