Dólar tem melhor desempenho em um ano com aposta em juros mais altos nos EUA

Divisa americana sobe pelo quinto dia consecutivo nesta terça (16), com expectativa de menos cortes de juros e cena geopolítica

Efectivo
Por Naomi Tajitsu
16 de Abril, 2024 | 09:13 AM

Bloomberg — O dólar (USDBRL) está a caminho de sua maior sequência de ganhos em mais de um ano, à medida que as expectativas de que as taxas de juros dos Estados Unidos deverão permanecer altas por mais tempo têm levado os investidores a se posicionarem na moeda.

O índice de dólar à vista da Bloomberg, o Bloomberg Dollar Spot Index, subiu pelo quinto dia consecutivo nesta terça-feira (16), registrando os maiores ganhos em uma semana desde fevereiro de 2023 e atingindo o patamar mais alto desde novembro.

Dados fortes de vendas no varejo dos EUA na segunda-feira (15) se somaram à alta que ocorreu na semana passada, quando dados de inflação surpreendentemente altos reduziram significativamente as apostas de cortes nas taxas do Federal Reserve este ano.

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Além disso, o fortalecimento do dólar é impulsionado por uma escalada nas tensões no Oriente Médio, aumentando a demanda pela moeda considerada um “porto seguro”.

“É muito difícil lutar contra a tendência altista do dólar no momento”, escreveu Chris Turner, chefe de estratégia de moeda da ING Groep NV, em uma nota. Ele disse que o índice da moeda pode subir mais 1,2% para 1.280, o que seria o patamar mais alto desde outubro.

Variação de preço do índice de dólar à vista da Bloomberg. Fonte: Bloombergdfd

Os traders agora estão precificando o início do afrouxamento monetário do Fed em setembro e uma redução das taxas de 42 pontos-base até o final do ano, em comparação com a perspectiva de início em julho e uma redução de 65 pontos-base uma semana atrás.

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Essa visão tem sido respaldada por autoridades do Fed, incluindo Mary Daly, que reiterou na segunda-feira que não há urgência em reduzir as taxas.

A visão de que uma economia dos EUA forte e inflação persistente exigirão que o Fed adie os cortes de taxas criou uma divergência com outros bancos centrais importantes, incluindo o Banco Central Europeu, que sinalizou que começará a cortar em junho.

Isso impulsionou o dólar em relação a todas as principais moedas, ao mesmo tempo em que aumentou a volatilidade do mercado.

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