Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) opera em queda nesta quinta-feira (29), com o imbróglio sobre o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) ainda no radar dos investidores.
O movimento destoa da alta nos Estados Unidos após o bloqueio às tarifas do presidente Donald Trump.
O principal índice da B3 recua 0,28%, aos 138.497 pontos. O dólar, por sua vez, cai 0,55% em relação ao real, a R$ 5,67.
No cenário local, o decreto que elevou o IOF segue como foco de incerteza. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na noite de quarta-feira (28) que não há alternativas para o aumento anunciado pelo governo. A declaração veio após reunião com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta.
Motta, por sua vez, afirmou que o governo terá 10 dias para apresentar um plano alternativo ao aumento do IOF antes que o assunto entre em pauta no Congresso – já foram protocolados mais de 20 projetos para derrubar o decreto.
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No exterior, o foco está na decisão judicial que derrubou as tarifas de Trump. Na quarta-feira à noite, a Corte de Comércio Internacional dos EUA favoreceu estados liderados por democratas e pequenas empresas que acusaram Trump de usar indevidamente uma lei de emergência para justificar a maior parte de suas tarifas.
O tribunal deu ao governo 10 dias para “cumprir” a ordem, mas não especificou exatamente como as tarifas devem ser revertidas.
A decisão se aplica à tarifa global uniforme de Trump, às tarifas elevadas sobre a China e outros países, e às tarifas relacionadas ao fentanil sobre China, Canadá e México.
Outras tarifas impostas com base em diferentes dispositivos legais, como as seções 232 e 301, não foram afetadas, incluindo as tarifas sobre aço, alumínio e automóveis.
A decisão deu força aos ativos de risco e enfraqueceu o dólar globalmente. Contra o real, a moeda americana era negociada em queda de 0,56%, cotada a R$ 5,67.
Entre os principais índices de ações dos EUA, o S&P 500 sobe 0,35%, o Nasdaq 100 tem alta de 0,49% e o Dow Jones avança 0,06%.
Apesar do otimismo dos mercados, é possível que Trump consiga reverter a decisão.
“O melhor palpite neste momento é que o governo ainda tem poderes suficientes para contornar a decisão e aplicar tarifas com outras justificativas”, disse à Bloomberg News Rodrigo Catril, estrategista do National Australia Bank em Sydney.
- Com informações da Bloomberg News.
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