Dólar cai a R$ 5,46 e Ibovespa opera estável à espera de definição sobre tarifas

Investidores aguardam definição sobre políticas tarifárias do presidente Donald Trump após ameaça ao Brics e adiamento de taxas para 1º de agosto

“Qualquer país que se alinhe com as políticas antiamericanas do Brics será cobrado com uma tarifa ADICIONAL de 10%”, disse Trump em um post no Truth Social.
08 de Julho, 2025 | 11:32 AM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) opera perto da estabilidade nesta terça-feira (8), após o presidente americano Donald Trump ter adiado a implementação das tarifas para 1º de agosto.

O principal índice da B3 recua 0,03% por volta das 11h15, aos 139.445 pontos. Na véspera, o Ibovespa caiu 1,26% em meio ao recuo em bloco das bolsas americanas.

PUBLICIDADE

O dólar, por sua vez, recua 0,44% e é negociado a R$ 5,45 em movimento de correção após a alta da véspera.

Na noite de domingo (6), Trump disse que aplicaria uma tarifa adicional de 10% a qualquer país que se alinhasse com “as políticas antiamericanas do Brics”.

“Qualquer país que se alinhe com as políticas antiamericanas do Brics será cobrado com uma tarifa ADICIONAL de 10%”, disse Trump em um post no Truth Social. “Não haverá exceções a essa política”.

PUBLICIDADE

A ameaça foi feita poucos dias antes do que seria o fim do prazo extra de 90 dias do grande pacote de tarifas unilaterais anunciado por Trump em abril.

O prazo foi novamente estendido em três semanas, para o dia 1 de agosto.

Leia também: Tendência de dólar fraco favorece moedas como o real, segundo o BBVA

PUBLICIDADE

Nesta terça-feira, os principais índices dos EUA também operam perto da estabilidade após a turbulência com as tarifas. O S&P 500 tem leve queda de 0,11%.

“As manchetes sobre a guerra comercial estão ganhando força, mas isso não significa que teremos uma repetição do [movimento de] final de março e início de abril”, disse Bret Kenwell, da eToro, à Bloomberg News.

“Se houver confiança de que as negociações continuarão ou que os prazos serão estendidos, os mercados podem continuar a se livrar das manchetes.”

PUBLICIDADE

No entanto, observou Kenwell, se os investidores sentirem que a situação comercial pode se tornar “mais um problema”, podemos muito bem ver outra retração nas ações.

“A menos que a situação realmente se desenrole, uma retração de 5% a 10% provavelmente será vista como uma oportunidade de compra pelos investidores de varejo”, observou.

“Tudo isso parece uma estratégia de negociação da Casa Branca”, disse Michael Brown, estrategista sênior da Pepperstone Group, em Londres. “Mas esse antigo pilar da tese altista pode se tornar muito mais frágil, quanto mais tempo persistir esse grau atual de volatilidade nas políticas.”

-- Com informações da Bloomberg News.

Leia também

Verde, de Stuhlberger, retoma aposta em bolsa brasileira e amplia posição em real

Beatriz Quesada

Jornalista especializada na cobertura econômica. Formada pela USP, escreve sobre mercados, negócios e setor imobiliário. Tem passagens por Exame, Capital Aberto e BandNews FM.