Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quarta-feira

Investidores monitoram dados do IPCA, ata do Fomc, nos EUA, e a maior compra da Exxon Mobil desde 1999 nesta quarta-feira (11)

Dados de inflação são monitorados no Brasil
11 de Outubro, 2023 | 08:42 AM

Bloomberg Línea — Os investidores têm uma série de indicadores econômicos para ficar de olho nesta quarta-feira (11), além de continuar monitorando o conflito entre o Hamas e Israel.

Na véspera de feriado no Brasil, destaque para a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com expectativa de aceleração.

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Nos Estados Unidos, os dados de inflação ao consumidor e ao produtor ganham peso especial, depois de piora das perspectivas sobre os juros americanos com o payroll de setembro acima do esperado.

No caso do CPI, que sai no dia 12, o índice cheio deve recuar, mas o núcleo tende a acelerar, segundo a Bloomberg Economics. Hoje, às 9h30, no horário de Brasília, é publicado o Índice de Preços ao Produtor (IPP).

Além disso, nos EUA, às 15h, é divulgada a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), que deve mostrar um otimismo desatualizado com o crescimento, segundo a Bloomberg Economics. Para os economistas, a possibilidade de uma paralisação do governo dos EUA em novembro torna uma alta dos juros em 1º de novembro menos provável.

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No cenário corporativo, a Exxon Mobil concordou em comprar a Pioneer Natural Resources por US$ 59,5 bilhões, a maior aquisição da companhia em mais de duas décadas, à medida que busca se tornar a principal produtora de petróleo de xisto.

Confira a seguir cinco destaques desta quarta-feira (11):

1. IPCA

O IPCA será divulgado hoje às 9h e, segundo a Bloomberg Economics, deve ter acelerado para 0,34% sobre agosto e 5,26% sobre o mesmo período do ano passado.

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“O índice em 12 meses deve acelerar novamente, diante do efeito estatístico relacionado à reversão da deflação causada por corte de impostos no terceiro trimestre de 2022, mas a inflação pode arrefecer nos meses seguintes e fechar o ano perto de 5%”, diz em nota Adriana Dupita, economista da Bloomberg Economics.

2. Exxon compra Pioneer

A Exxon pagará US$ 253 por ação pela Pioneer, em um acordo totalmente baseado em ações, de acordo com um comunicado. O acordo pavimenta o caminho para a maior aquisição da Exxon desde a fusão com a Mobil em 1999 e é a maior aquisição corporativa anunciada no mundo este ano.

Se finalizado, o acordo tornará a Exxon, de longe, o maior player na Bacia do Permiano, localizada do Texas e Novo México, e elevará a produção total da empresa para quase 4,5 milhões de barris de equivalente de petróleo por dia, 50% a mais do que a próxima supermajor em tamanho.

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Além disso, ampliará significativamente o portfólio de locais ainda não perfurados da empresa na maior bacia de xisto do mundo, dando-lhe acesso a um grande número de potenciais poços em terra que, diferentemente dos poços em águas profundas, podem entrar em operação em questão de meses, tornando a Exxon muito mais ágil em acompanhar a demanda global.

A combinação da Exxon com a Pioneer também representaria o maior avanço até agora de uma grande petrolífera na Bacia do Permiano, consolidando uma ampla área da região onde a produção tem sido fragmentada e em grande parte dominada por produtores independentes.

3. Mercados

Os títulos do Tesouro dos EUA tiveram um salto, levando à uma valorização dos papéis europeus à medida que continua o conflito no Oriente Médio, levando investidores a buscarem ativos mais seguros.

Os Treasuries mantiveram os ganhos mesmo após Michelle Bowman, do Federal Reserve, dizer que taxas mais altas podem ser necessárias para conter a inflação.

Os investidores estão preocupados com uma escalada do conflito que criaria efeitos em toda a região do Oriente Médio, colocando em risco a frágil reconciliação de Israel com seus vizinhos árabes e aumentando os riscos de que as hostilidades se transformem em uma guerra regional mais ampla, com implicações para o fornecimento de petróleo.

Na Europa, o índice Stoxx 600 oscilava depois de registrar seu maior ganho do ano na terça-feira (10). Entre as ações, as da LVMH afundaram até 8,5% após a companhia reportar vendas fracas no último trimestre, sinalizando que o boom do luxo pós-pandemia está diminuindo.

Isso pesou no setor de produtos de luxo, com perdas para empresas concorrentes como Richemont, Christian Dior e Burberry.

4. Manchetes dos principais jornais

Estadão: Primeiro avião da FAB com 211 brasileiros resgatados de Israel chega a Brasília

Folha de S. Paulo: Brasileiros repatriados de Israel relatam pânico na guerra e alívio por voltar

O Globo: Primeiros brasileiros resgatados pela FAB chegam ao Brasil e relatam tensão vivida em Israel; vídeos

Valor Econômico: Israel ataca bairros em Gaza; Hamas dispara contra cidade de Ashkelon

5. Agenda

Às 11h15, acontece o discurso de Christopher Waller, membro do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos. Às 13h, a Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês) dos EUA divulga a perspectiva energética de curto prazo.

Logo em seguida, às 13h15, Raphael Bostic, membro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) dos EUA, também discursa. Às 14h, ocorrerá um leilão de títulos do tesouro americano de 10 anos, com uma taxa de juros de 4,289%.

Por fim, às 17h30, o Instituto Americano de Petróleo publicará os estoques semanais de petróleo bruto.

No Brasil, às 14h30, será divulgado o fluxo cambial estrangeiro, com um valor estimado em R$ 3,123 bilhões.

-- Com informações da Bloomberg News

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.