Brasil capta no mercado de dívida internacional no ritmo mais forte desde 2010

País está fazendo a quarta emissão em dólar no ano, oferecendo títulos sustentáveis com vencimento em 2033

Ministério da Fazenda: Brasil acessou os mercados globais pela última vez em setembro, quando vendeu US$ 1,75 bilhão em títulos em dólar. (Foto: Edu Andrade/MF)
Por Giovanna Belotti Azevedo - Vinícius Andrade
06 de Novembro, 2025 | 02:53 PM

Bloomberg — O Brasil está vendendo títulos em dólar pela quarta vez neste ano, aproveitando o aumento do apetite dos investidores por dívida de alto rendimento para registrar o que pode ser seu ano mais movimentado desde 2010.

A maior economia da América Latina está oferecendo títulos sustentáveis com vencimento em 2033 e reabrindo suas emissões de títulos com vencimento em 2035, de acordo com um prospecto preliminar.

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As discussões iniciais sobre preços apontam para rendimentos em torno de 6% e 6,5%, respectivamente, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto que falou com a Bloomberg News, que pediu para não ser identificada.

“O Brasil tem sido claro sobre seus planos de emissão, então isso não é uma surpresa para os investidores”, disse William Snead, estrategista do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria. “Considerando o forte apetite pelas novas emissões recentes, os títulos devem atrair uma demanda sólida.”

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As vendas de títulos soberanos e corporativos por emissores de mercados emergentes se aproximam de US$ 700 bilhões no acumulado do ano, a caminho de seu ano mais forte desde pelo menos 2014, segundo dados compilados pela Bloomberg.

As emissões na América Latina já quebraram o recorde anterior, impulsionadas em grande parte pela onda de vendas de dívida soberana do México.

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Os ativos brasileiros acompanharam o rali dos mercados emergentes em 2025, à medida que a incerteza sobre a política dos EUA leva investidores a buscar oportunidades em outros lugares.

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O país realiza eleições presidenciais no próximo ano, com investidores atentos para ver quem desafiará o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A transação ocorre em meio a um período difícil para os emissores corporativos brasileiros nos mercados internacionais de dívida, com várias empresas cancelando ou reduzindo seus planos de captar recursos após uma série de problemas.

O Brasil acessou os mercados globais pela última vez em setembro, quando vendeu US$ 1,75 bilhão em títulos em dólar — emitindo US$ 750 milhões em reabertura de notas de 2030 e US$ 1 bilhão em nova dívida com vencimento em 2056.

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A última vez que o Brasil vendeu títulos globais quatro vezes em um ano foi em 2010, segundo dados do Tesouro Nacional.

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