Brasil busca emitir no mercado global pela 2ª vez no ano, com vencimento em 2030 e 2035

Conversas iniciais apontam para um rendimento em torno de 6,125% e 7,125%, de acordo com a uma pessoa familiarizada com o assunto ouvida pela Bloomberg News

Diversificação de investimentos para além dos Estados Unidos alimenta uma alta nos ativos de mercados emergentes
Por Giovanna Bellotti Azevedo - Vinícius Andrade
04 de Junho, 2025 | 01:44 PM

Bloomberg — O Brasil ofereceu dívida pela segunda vez em menos de seis meses, em um momento em que a diversificação de investimentos para além dos Estados Unidos alimenta uma alta nos ativos de mercados emergentes.

O país colocou à venda títulos em dólar com vencimento em 2030 e fez uma reabertura de notas com vencimento em 2035, de acordo com comunicado. As conversas iniciais apontam para um rendimento em torno de 6,125% e 7,125%, respectivamente, de acordo com a uma pessoa familiarizada com o assunto ouvida pela Bloomberg News, que pediu para não ser identificada.

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Os ativos brasileiros subiram este ano em meio a uma ampla recuperação dos mercados em desenvolvimento à medida que as preocupações com as políticas tarifárias do presidente Donald Trump e os receios de uma desaceleração nos Estados Unidos enfraqueceram o dólar e impulsionaram apostas de que o Federal Reserve precisará reduzir as taxas de juros.

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A maioria das moedas emergentes se valorizou em relação ao dólar em 2025; o real, que desvalorizou 21% no ano passado, é uma das divisas que apresentou melhor desempenho, com alta de cerca de 10% desde janeiro.

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  Fonte: Bloomberg

“Faz sentido que eles venham ao mercado”, disse Eduardo Ordonez, gestor de dívida da BI Asset Management em Copenhague. “Há uma janela, o mercado de renda fixa se estabilizou um pouco nos Estados Unidos e o planejamento financeiro do Brasil exige financiamento para cobrir o déficit fiscal.”

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Embora os ativos brasileiros tenham se recuperado neste ano, o crescimento dos problemas fiscais do país pesaram sobre o sentimento. A Moody’s rebaixou a perspectiva de crédito do Brasil de positiva para estável na sexta-feira (30), citando expectativas de déficits fiscais maiores, progresso mais lento nas reformas estruturais e pressão orçamentária de juros altos.

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O Brasil vendeu títulos em dólar pela última vez em fevereiro, quando ofereceu US$ 2,5 bilhões em novas notas com vencimento em 2035. BNP Paribas, Citigroup e Santander estão conduzindo a nova venda, cujo preço deve ser divulgado hoje.

--Com a colaboração de Raphael Almeida.

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