Como a Fifa e a Adidas fizeram da bola da Copa do Mundo um negócio bilionário

Batizada de Trionda e com detalhes que remetem aos três países-sede, a bola oficial do próximo Mundial custa R$ 1.300 na versão mais cara no Brasil, igual a que atletas vão usar no próximo ano; versão em tamanho menor sai por R$ 100

A bola oficial da Copa do Mundo de 2026, a Trionda, fabricada pela Adidas, ao lado do icônico troféu entregue à seleção nacional campeã da competição (Foto: Divulgação)
Por Isaac Garrido - Redação Brasil
05 de Outubro, 2025 | 07:00 AM

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Bloomberg Línea — A Fifa revelou nesta semana que passou a bola oficial da Copa do Mundo de 2026: batizada de Trionda, tem um design e um nome que representam a união dos três países-sede: Estados Unidos, Canadá e México.

O design inclui elementos representativos de cada nação, como a folha de bordo da bandeira do Canadá, uma águia para o México e uma estrela para os EUA.

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No Brasil, a versão mais cara, chamada Trionda Pro, igual à que será utilizada na Copa do Mundo, custa R$ 1.299,99. Nos EUA, ela custa US$ 170.

Há outras cinco versões, com preços que vão de R$ 699,00 (Competição Trionda) a R$ 99,00 (Trionda Mini), esta, para crianças menores ou como souvenir.

Nos EUA, as versões em tamanho oficial mais acessíveis custam US$ 25.

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Ao longo das últimas cinco décadas e meia, a Fifa e a Adidas, responsável pelo desenvolvimento e pelas vendas, transformaram a bola oficial da Copa do Mundo não apenas em um ícone como em um produto campeão em vendas.

Assim que foi anunciada, a Adidas divulgou campanhas mundo afora com estrelas como o jovem craque espanhol Lamine Yamal, o atacante brasileiro Raphinha - no site para o Brasil - e o argentino Lionel Messi com a Trionda, que passou a ficar disponível para venda ao público a partir de sexta-feira (3).

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Trata-se de uma parceria iniciada em 1970, com a Telstar na Copa do México de 1970, vencida pela seleção brasileira, apontada por muitos críticos como a equipe mais forte de todos os tempos no futebol, que contava com Pelé no auge e outros craques como Rivellino, Gerson, Tostão e Jairzinho.

Desde então, algumas versões se tornaram célebres entre amantes do futebol, como a Etrusco Unico (Copa do Mundo da Itália em 1990), a Fevernova (Copa do Mundo do Japão e da Coréia do Sul em 2022), a Jabulani (Copa do Mundo da África do Sul em 2010) e a Brazuca (Copa do Mundo do Brasil em 2014).

De Lionel Messi aos brasileiros Kaká e Cafu e o francês Zinedine Zidane e o espanhol Iniesta: craques da história das Copas na campanha de lançamento da bola oficial do Mundial de 2026 (Foto: Divulgação)

Segundo reportagem da Bloomberg News de 2022, por ocasião da Copa do Mundo do Catar, mais de 40 milhões de bolas de futebol eram vendidas a cada ano naquele momento, com impulso relevante em anos de Mundial de seleções.

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A um preço médio de US$ 50 cada bola, isso representava na ocasião um mercado de US$ 2 bilhões, em uma estimativa meramente ilustrativa.

A Adidas não divulga números específicos de vendas de bolas de futebol a cada ano, em um mercado que inclui outras fabricantes.

Mas, dado que esse é um mercado alimentado ao longo da história em boa parte pela Copa do Mundo e por competições organizadas pela Fifa, pode se creditar a ambas parte do mérito do que existe hoje em vendas do produto.

Antes da apresentação oficial, as bolas das Copas do Mundo anteriores foram exibidas no Sphere em Las Vegas.

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A Copa do Mundo de 2026 será realizada de 11 de junho a 19 de julho de 2026. O torneio será realizado nos Estados Unidos, Canadá e México e contará pela primeira vez com 48 equipes, o que demandará 104 partidas durante 39 dias.

Além do aspecto visual, a bola tem inovações que lhe conferem mais desempenho, como uma construção de painel com costuras que proporcionam mais estabilidade e ícones em relevo que melhoram a aderência ou o controle da bola na umidade ou na chuva, segundo a Fifa em um comunicado.

A tecnologia está presente na bola oficial da Copa do Mundo de 2026, que incluirá um chip com sensor de movimento de 500 Hz que fornece informações sobre o movimento da bola, informou a entidade.

Esses dados, segundo a entidade que rege o futebol no mundo, permitirão uma melhor tomada de decisões nas partidas em casos de lances polêmicos.

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