Bloomberg — Israel disse que a defensora do clima Greta Thunberg deixou o país em um voo para a Suécia depois que os militares interceptaram um navio de ajuda humanitária no qual ela estava navegando em direção a Gaza, onde as agências humanitárias dizem que está ocorrendo uma crise de fome.
Todas as 12 pessoas a bordo do navio foram levadas para um porto israelense e transferidas para as autoridades locais, informou o grupo que opera a missão de Thunberg em uma postagem na mídia social na terça-feira.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que alguns dos tripulantes deveriam partir em breve, e aqueles que não assinaram os documentos de deportação seriam levados a uma autoridade judicial.
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O barco civil iniciou sua viagem na Sicília e estava transportando ajuda, incluindo alimentos, fórmula para bebês e suprimentos médicos para Gaza, de acordo com o grupo operacional Freedom Flotilla Coalition.
O barco foi parado devido a um bloqueio naval israelense de longa data, cujo objetivo principal é impedir a transferência de armas para o Hamas, o grupo apoiado pelo Irã que Israel tem combatido no território palestino nos últimos 20 meses.
Israel controla as entregas limitadas de assistência humanitária à população de Gaza de cerca de 2 milhões de pessoas, juntamente com uma organização sem fins lucrativos apoiada pelos EUA e por Israel chamada Gaza Humanitarian Foundation.
As Nações Unidas disseram que é preciso fazer mais para resolver a situação, especialmente depois que Israel suspendeu toda a ajuda por várias semanas após o fim de um cessar-fogo no início de março.
O barco de Thunberg foi interceptado a cerca de 200 quilômetros (125 milhas) de Gaza, de acordo com as coordenadas fornecidas pela Freedom Flotilla Coalition, que se descreve como um movimento de solidariedade de base.
A Marinha de Israel instruiu o iate por meio de um sistema de comunicação civil internacional que a zona marítima ao largo da costa de Gaza está fechada para embarcações não autorizadas.
“Se o senhor deseja entregar ajuda humanitária à Faixa de Gaza, pode fazê-lo através do Porto de Ashdod, por meio dos canais e centros de distribuição estabelecidos”, disse a Marinha.
Israel está em guerra com o Hamas desde 7 de outubro de 2023, quando o grupo militante lançou um ataque surpresa que matou cerca de 1.200 pessoas e resultou na tomada de 250 reféns.
Mais de 50 desses reféns permanecem em Gaza, e Israel acredita que cerca de 20 ainda estejam vivos.
O Hamas, que os EUA e a União Europeia designaram como organização terrorista, relata que mais de 54.000 palestinos foram mortos no conflito, sem diferenciar entre civis e combatentes. Israel perdeu mais de 400 soldados no combate em Gaza.
Alguns dos aliados europeus mais próximos de Israel, incluindo a Alemanha, o Reino Unido e a França, têm criticado cada vez mais a condução da guerra pelo país, que destruiu grande parte da faixa costeira e provocou uma falta crônica de alimentos e outros suprimentos essenciais.
Eles estão considerando sanções comerciais e restrições à venda de armas para pressionar Israel a acabar com a guerra.
--Com a ajuda de Aradhana Aravindan.
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