Fitch Ratings rebaixa dívida soberana da China para perspectiva ‘negativa’

Segundo a agência de classificação de risco, decisão ocorre devido ao aumento da dívida do governo chinês para recuperar a economia

O anúncio da Fitch ocorre em um momento crucial para a economia chinesa
Por Bloomberg News
10 de Abril, 2024 | 09:26 AM

Bloomberg — A Fitch Ratings rebaixou de “estável” para “negativa” a nota de crédito soberano da China nesta quarta-feira (10), afirmando que o governo provavelmente aumentará a dívida enquanto busca retirar a economia de uma desaceleração impulsionada pelo setor imobiliário.

A crescente incerteza sobre o panorama para a segunda maior economia do mundo, em meio aos esforços de Pequim para tornar o crescimento menos dependente do setor de habitação, “poderia manter a dívida em uma trajetória estável de aumento”, disse a Fitch em comunicado nesta quarta.

O governo chinês, que tem falado sobre a perspectiva de uma retomada na economia, rapidamente reagiu – dizendo que a agência de classificação de risco falhou em refletir o papel da política fiscal em fortalecer o crescimento, o que ajuda a estabilizar os encargos da dívida.

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“Eu acho que a agência inverteu a lógica,” disse Hao Hong, economista-chefe do Grupo de Investimento Grow. “Existem dívidas boas e dívidas ruins. Neste estágio, se o governo expandir seu déficit orçamentário, na verdade melhorará a perspectiva econômica.”

O anúncio da Fitch, que coincide com um semelhante feito pela Moody’s Investors Service em dezembro, ocorre em um momento crucial para a economia da China.

Na próxima semana, o governo deve divulgar alguns indicadores-chave – incluindo o crescimento do primeiro trimestre – enquanto o banco central decidirá sobre a taxa de juros.

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Os mercados financeiros estão observando de perto pistas sobre se a economia superou o pior momento, após alguns números positivos para a manufatura e para as exportações serem divulgados no início deste ano.

Embora os dados sejam o foco dos mercados, a decisão da Fitch “ainda pode prejudicar o sentimento de mercado de curto prazo sobre a China, dado que o nível de confiança já está baixo”, disse Xiaojia Zhi, economista do Credit Agricole.

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