Noruega promete US$ 3 bilhões para fundo florestal do Brasil, mas impõe condições

Financiamento será oferecido se o TFFF conseguir US$ 9,8 bilhões de outros doadores até 2026, e o país diz que não contribuirá com mais de 20% do financiamento total

Financiamento será oferecido se o TFFF conseguir US$ 9,8 bilhões de outros doadores até 2026
Por Daniel Carvalho
06 de Novembro, 2025 | 04:57 PM

Bloomberg — A Noruega prometeu cerca de US$ 3 bilhões em empréstimos ao longo de 10 anos para um fundo destinado a apoiar a conservação de florestas ameaçadas em todo o mundo, desde que o Brasil consiga convencer outras partes a assumirem compromissos semelhantes.

A Noruega fará o repasse do dinheiro para o Fundo Tropical das Florestas (TFFF) até 2035 e deve ser reembolsada até 2075, de acordo com comunicado do governo divulgado nesta quinta-feira.

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O financiamento está sujeito a algumas condições: o TFFF precisa garantir pelo menos 100 bilhões de coroas norueguesas (US$ 9,8 bilhões) de outros doadores até 2026; a Noruega não contribuirá com mais de 20% do financiamento total; e o modelo de financiamento deve ser sustentável e manter um nível de risco aceitável.

O TFFF é a principal iniciativa do Brasil na COP30, cúpula anual das Nações Unidas sobre o clima, com ambições iniciais de arrecadação de US$ 25 bilhões, que poderiam ser alavancados para criar um fundo de US$ 125 bilhões destinado à preservação das florestas tropicais. Mas, no início desta semana, uma pessoa familiarizada com o assunto afirmou que o Reino Unido recusou-se a investir e o governo brasileiro reduziu as expectativas em relação ao compromisso inicial.

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Segundo o plano, os países receberão uma taxa por cada hectare de floresta conservada. O Brasil, a Colômbia, a Indonésia e a República Democrática do Congo estão entre os países que mais se beneficiariam.

O dinheiro proveniente de doadores e do setor privado será aplicado em uma carteira diversificada, concebida tanto para reembolsar os investidores quanto para recompensar os países pela conservação de suas florestas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o primeiro a anunciar um investimento, seguido pelo presidente da Indonésia, Prabowo Subianto.

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O ministro da Fazenda Fernando Haddad, disse na conferência Bloomberg Green at COP30, em São Paulo, na terça-feira, que acredita que o fundo poderá arrecadar US$ 10 bilhões até o próximo ano.

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