Bloomberg — A inflação ao consumidor teve variação negativa na prévia do IPCA de agosto, com queda de 0,14%, segundo divulgado pelo IBGE na manhã desta terça-feira (26).
Foi o primeiro resultado negativo do IPCA-15 desde julho de 2023, mas o resultado veio acima do consenso das projeções segundo a Bloomberg, o que se refletiu em alta dos juros futuros na abertura do mercado.
O resultado negativo levou o acumulado em 12 meses para 4,95%, abaixo dos 5,30% até julho, mas acima do consenso de 4,89%.
Em julho, o IPCA-15 havia subido 0,33%; em agosto de 2024, 0,19%.
A deflação foi registrada com contribuições de três categorias de preços em particular: Alimentos e Bebidas (-0,53%), Transportes (-0,47%) e Habitação (-1,13%).
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Na ponta contrária, houve pressão de categorias que reúnem preços de serviços, em geral mais resilientes aos efeitos da política monetária: Despesas Pessoais (+1,09%), Educação (+0,78%) e Saúde e Cuidados Pessoais (+0,64%).
“Do ponto de vista do qualitativo, os dados registraram uma leve piora na passagem de julho para agosto”, escreveu Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, em nota.
“Itens importantes e monitorados pelo Banco Central apresentaram uma alta acima do esperado, como, por exemplo, as variações mensais de serviços subjacentes, serviços intensivos em mão de obra, média dos núcleos e índice de difusão”, apontou o economista.
“No acumulado dos últimos 12 meses, serviços subjacentes e média dos núcleos também aceleraram.”
Em sua avaliação, ainda persistem o que ele descreveu como “pontos de atenção” que justificam a manutenção da taxa Selic em 15,00% ao ano. A próxima reunião do Copom, do Banco Central, será nos dias 16 e 17 de setembro.
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