O maior de todos os resgates: 1,6 milhão de pessoas comprou CDB do Master

Instituição que teve a liquidação extrajudicial decretada nesta terça (18) pelo Banco Central deve cerca de R$ 41 bilhões a credores com aplicações, segundo informações do FGC; promessa de retorno chegava a até 140% do CDI

Employees of the Central Bank of Brazil leave the headquarters of Banco Master in Sao Paulo, Brazil, on Nov. 18.Photographer: Victor Moriyama/Bloomberg
Por Bloomberg Línea
18 de Novembro, 2025 | 06:38 PM

Bloomberg Línea — O maior resgate de todos os tempos no Brasil.

Assim está sendo classificado o resgate de 1,6 milhão de investidores que comprou CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) emitidos pelo Banco Master, com remuneração equivalente a até 140% do CDI, com distribuição por plataformas voltadas para o segmento de varejo.

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O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é um título de curto prazo negociado entre bancos, que tem como referência a taxa DI, que acompanha de perto a Selic, a taxa básica de juros fixada pelo Banco Central, hoje em 15% ao ano.

As informações foram fornecidas por autoridades nesta terça-feira (18), incluindo o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que vai bancar estimados R$ 41 bilhões aplicados nesses ativos, segundo suas informações.

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O montante supera com folga o valor de R$ 19,74 bilhões já corrigido pela inflação (IPCA) desembolsado pelo FGC a credores do então Bamerindus, que quebrou em 1997.

Os valores serão cobertos até o limite de R$ 250 mil por CPF, não importa o número de ativos ou de corretoras de aplicação do investidor.

Segundo dados de seu balanço fechado do último exercício, o Master contava com R$ 49,9 bilhões em depósitos a prazo - como CDBs - e em depósitos interfinanceiros, em negociações com outros bancos.

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De acordo com o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, as fraudes contra o sistema financeiro investigadas na Operação Compliance Zero podem ter movimentado cerca de R$ 12 bilhões, segundo estimativas.

“Estamos fazendo uma operação importante, de forma conjunta com Banco Central e o Coaf, para [investigar] um crime contra o sistema financeiro que leva à monta de cerca de R$ 12 bilhões”, disse Rodrigues.

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O diretor-geral da PF depôs à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga o crime organizado e comentou sobre a operação deflagrada na manhã desta terça-feira (18).

Também são investigados o CEO do Banco Regional de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e o diretor de Finanças e Controladoria, Dario Oswaldo Garcia Júnior. Ambos foram afastados dos cargos no BRB.

-- Com informações da Agência Brasil.

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