Haddad confirma plano do governo de taxar aplicações financeiras em 17,50%

Ministro da Fazenda diz que governo pretende unificar as alíquotas, o que significará aumento para certos investimentos, como títulos antes isentos de IR, e queda para outros, com o fim da tabela regressiva

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad: governo Lula vai encaminhar as novas propostas de tributação de investimentos ao Congresso (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
10 de Junho, 2025 | 08:14 PM

Bloomberg Línea — O governo federal anunciou mais uma vez medidas de tributação para aplicações financeiras, em nova mudança de planos nas últimas semanas para tentar elevar a arrecadação e as receitas públicas.

As medidas reveladas nesta terça-feira (10) incluem uma alíquota única de 17,5% de Imposto de Renda sobre os rendimentos de aplicações, segundo disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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“A média da tributação das aplicações financeiras já é de 17,5%. Nós estamos fixando uma alíquota para todas as aplicações financeiras no mesmo patamar. Hoje ela vai de 15% [para aplicações de até dois anos] a 22,5% [para aplicações de longo prazo]”, disse Haddad.

As declarações a jornalistas foram feitas após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que voltou de viagem internacional.

As medidas foram propostas depois de rejeição da opinião pública, do setor privado e de líderes do Congresso ao plano do governo de aumento das alíquotas de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

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Essa alíquota única, se aprovada pelo Congresso, representaria o fim de isenção de Imposto de Renda sobre títulos como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito Agrícola (LCA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e debêntures incentivadas.

No último domingo (8), Haddad havia declarado que esses títulos de renda fixa passariam a pagar uma alíquota de 5% de IR sobre os rendimentos, o que manteria o seu caráter de investimento incentivado.

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Por outro lado, a alíquota única de 17,50% representaria também o fim da tabela regressiva sobre aplicações de renda fixa e fundos de investimentos, cujo imposto hoje varia de 22,5% (até 180 dias) até 15% (acima de 720 dias).

O ministro também citou na reunião uma alta de 15% para 20% na alíquota do Imposto de Renda sobre os Juros sobre Capital Próprio (JCP).

Embora a medida tenha sido rejeitada em 2023 pelo Congresso, Haddad disse que o tema foi incluído no pacote por sugestão de parlamentares.

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Segundo o ministro, os textos das propostas foram encaminhados à Casa Civil antes do envio ao Congresso Nacional.

O governo também pretende enviar um projeto de lei complementar para reduzir em 10% as isenções fiscais em um segundo momento.

O modelo do corte das isenções, de acordo com o ministro, ainda será definido pelo Congresso.

O ministro disse que medidas de cortes de gastos serão discutidas por uma comissão de líderes partidários, com participação de integrantes da equipe econômica.

-- Com informações da Agência Brasil.

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