Emprego esfria no Brasil e alimenta apostas em corte de juros em janeiro pelo BC

Brasil gerou 85.147 empregos formais em outubro, uma queda acentuada em relação aos 213.002 de setembro

Banco do Brasil
Por Beatriz Reis
27 de Novembro, 2025 | 05:28 PM

Bloomberg — A criação formal de empregos teve forte queda em outubro, um sinal de que a política monetária restritiva está finalmente atingindo alguns dos setores mais resilientes do mercado de trabalho.

O Brasil gerou 85.147 empregos no mês passado, uma queda acentuada em relação aos 213.002 de setembro, segundo dados divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta quinta-feira (27).

PUBLICIDADE

Um mercado de trabalho aquecido tem sido um dos maiores obstáculos para o Banco Central em seus esforços para arrefecer a atividade econômica e trazer a inflação de volta à meta.

Leia também: Dólar e eleições vão ditar o ritmo de cortes de juros, diz economista da G5 Partners

Os dados mais fracos alteraram as expectativas para a política monetária. Um corte na taxa de juros, que antes era visto como incerto para janeiro, agora é considerado praticamente certo.

PUBLICIDADE

“Se tinha alguma dúvida que teria corte em janeiro, acabou”, disse Rafael Ihara, economista-chefe da Meraki Capital. “O BC deve abrir a porta em dezembro para cortar na reunião seguinte.”

Brazil's Job Creation Slumps as Tight Policy Starts to Bite | October hiring fell to a third of September’s pace, lifting easing bets

Os juros futuros recuaram ligeiramente após a divulgação do relatório. Eles agora precificam apostas em uma taxa Selic abaixo de 12% em abril de 2027. A taxa básica de juros está atualmente em 15%.

No início desta semana, os mercados receberam bem os comentários do diretor de política monetária, Nilton David, de que o próximo passo do BC seria um corte nos juros, caso os dados financeiros continuassem a justificá-lo. “Acabou o ciclo de alta”, declarou David.

PUBLICIDADE

O IPCA-15 desacelerou até o intervalo da meta no início de novembro, o que não acontecia desde janeiro, segundo dados divulgados na quarta-feira. A pesquisa Focus também mostrou que os economistas reduziram suas previsões de inflação para 2026 de 4,20% para 4,18%.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

PUBLICIDADE

IPCA-15 sobe 0,2% em novembro, acima do esperado, mas atinge teto da meta em 12 meses

Próximo passo do BC é corte de juro, mas a questão é ‘quando’, diz Nilton David

Corte de tarifas traz alívio ao agro brasileiro e reduz pressão de preços nos EUA