Bloomberg — O Banco Central do Brasil disse que o crescimento econômico deve desacelerar até o final deste ano e durante todo o ano de 2026, uma vez que as taxas de juros, que atingiram o nível mais alto em quase duas décadas, começarão a afetar a atividade.
O banco espera que o produto interno bruto cresça 1,5% em 2026, de acordo com o relatório de política monetária divulgado nesta quinta-feira (25).
Em comparação, os analistas pesquisados pela autoridade monetária veem uma expansão de 1,8% no próximo ano.
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Para 2025, os dirigentes preveem um crescimento econômico de 2%, ligeiramente abaixo da projeção de junho de 2,1%.
“Para 2026, a projeção considera a manutenção de uma política monetária restritiva, o baixo nível de fatores de produção ociosos, a perspectiva de uma desaceleração da economia global e a ausência do impulso agrícola observado em 2025”, escreveram os dirigentes.

Os dirigentes do Banco Central do Brasil, liderados por Gabriel Galipolo, elevaram a Selic em 4,5 pontos percentuais entre setembro e junho do ano passado para combater a inflação .
O desemprego em nível recorde e os gastos do governo também estão impulsionando a demanda e o custo de vida.
Mesmo tendo tentado manter os custos dos empréstimos estáveis em 15% no futuro próximo, os investidores ainda veem aumentos nos preços ao consumidor acima da meta de 3% até 2028.
Na ata da decisão de política econômica da semana passada, os banqueiros centrais escreveram que o processo de ancorar novamente as expectativas de inflação exige “perseverança, firmeza e serenidade”.
Embora reconheçam que a economia mostrou alguma moderação, eles disseram que não hesitariam em retomar o ciclo de aperto, se necessário.
--Com a ajuda de Robert Jameson e Beatriz Reis.
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