Itaú Asset aposta em novo fundo long-short e mira apetite a risco em 2026

Em entrevista à Bloomberg News, Rodrigo Koch, gestor responsável pela estratégia de ações da família de fundos, diz que o que o lançamento ocorreu por uma demanda de clientes dos segmentos private

Agência do Itaú Personnalité, em São Paulo
Por Barbara Nascimento - Raphael Almeida Dos Santos
14 de Novembro, 2025 | 12:00 PM

Bloomberg — A segunda maior gestora do país, a Itaú Asset, lançou um novo fundo “long-short” focado em ações, na expectativa de atrair o investidor que está disposto a assumir maior risco diante do corte de juro previsto à frente, sem depender necessariamente de uma alta da bolsa.

O novo fundo, Itaú Optimus Long Short Plus, é parte da família de fundos Optimus, que hoje gere R$ 17 bilhões em ativos, de um total de R$ 1,2 trilhão administrados pela gestora.

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O produto foi lançado no varejo no fim de outubro e, antes disso, ficou um mês aberto para captação apenas para clientes institucionais.

Em entrevista à Bloomberg News, o gestor responsável pela estratégia de ações da família de fundos, Rodrigo Koch, explica que o lançamento ocorreu por uma demanda de clientes dos segmentos private.

Os fundos long-short operam simultaneamente comprados e vendidos em ações de diferentes empresas, numa mesma transação.

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“O investidor mais qualificado começa a ver que vai ter um ciclo de corte de juros à frente e não adianta ficar paradão na renda fixa”, diz Koch. “A demanda tem a ver com um pouco mais de diversificação dos portfólios, de ter um produto que está ligado à bolsa mas que não depende de a bolsa estar subindo.”

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O lançamento ocorre em um momento em que o Ibovespa bateu sucessivos recordes, saindo de 146.000 pontos no final de setembro para mais de 157.000 pontos na última terça-feira, recorde histórico. No ano, a bolsa sobe mais de 30%. De acordo com os dados da Bloomberg, o fundo rendeu aos clientes 2,7% no primeiro mês, enquanto o principal índice brasileiro de ações subiu 2,3%.

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Segundo Koch, há cerca de três meses os fundos de investimento da família Optimus, que incluem multimercado e ações, pararam de ver resgates líquidos e tiveram uma “virada, ainda muito modesta, para captação”.

Juros e eleição

Koch espera que o Banco Central comece um ciclo de corte de juros com uma redução já de 0,50 ponto percentual no primeiro trimestre do ano que vem, em janeiro ou março, e considera que um ciclo de corte de 2,5pp está “na mesa”.

Para isso, o gestor da Itaú Asset aposta em utilities, concessionárias como as do setor de transportes, saúde e setor financeiro para capturar esse movimento.

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O gestor diz olhar com interesse para o setor de distribuição de combustíveis após a operação contra o crime organizado no Brasil, que pode ajudar as empresas do setor, ao limitar as operações ilegais. Ele afirma não gostar do setor de varejo, uma vez que os juros em dois dígitos devem levar a uma desaceleração antes que o Banco Central comece a cortar a Selic, hoje em 15%.

Koch acredita que, apesar de as eleições estarem ainda muito longe e sem uma definição dos candidatos, o mercado deveria se equilibrar em torno de uma probabilidade 50-50 para cada lado, dado que tudo aponta para um pleito acirrado entre governo e oposição. Antes disso, há “milestones” para os preços, contudo, como a determinação dos candidatos.

“Mais próximo da eleição, o cenário eleitoral é quem vai determinar a volatilidade do mercado”, diz ele.

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