Empresas buscam visibilidade a soluções climáticas do Brasil às vésperas da COP30

Bradesco, Itaúsa, Itaú Unibanco, Natura, Nestlé e Vale lançam solução conjunta para ampliar protagonismo do Brasil na agenda climática global em ano que país recebe a conferência da ONU, com objetivo de destacar soluções de apelo universal

Da esquerda para a direita: Dan Ioschpe, Campeão de Alto Nível do Clima da COP30; Gustavo Bastos, VP de Public Affair da Nestlé Brasil;  João Paulo Ferreira, CEO da Natura; Silvana Machado, diretora executiva do Bradesco; Ana Toni, CEO da COP 30; André Corrêa do Lago, Presidente da COP 30 e Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente; Grazielle Parenti, VP de Sustentabilidade da Vale; Flávio Souza, presidente Itaú BBA; Rodolfo Villela Marino, VP Executivo do Itaúsa.
05 de Agosto, 2025 | 07:54 PM

Bloomberg Línea — O governo brasileiro tem buscado aproveitar a iminente organização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas - COP30 - para reafirmar e consolidar seu protagonismo na agenda sustentável. Empresas diferentes na iniciativa privada pretendem fazer o mesmo em seus respectivos setores.

Seis grandes empresas – Bradesco, Itaúsa, Itaú Unibanco, Natura, Nestlé e Vale – anunciaram na segunda-feira (4) a criação de uma iniciativa coordenada para alavancar o protagonismo brasileiro no tema, a C.A.S.E. (Climate Action Solutions & Engagement).

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A iniciativa foi apresentada na abertura da São Paulo Climate Week e tem como objetivo colocar os holofotes sobre soluções sustentáveis já implementadas por empresas brasileiras e que mostrem potencial de serem replicadas em outros países.

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“O setor privado tem papel fundamental na promoção e na implementação das soluções climáticas. A iniciativa da C.A.S.E. será uma grande contribuição para avançar os objetivos da COP30”, afirmou, em nota, o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30.

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A CEO da COP30, Ana Toni, destacou que a Agenda de Ação da conferência buscará integrar as decisões do Balanço Global da COP28 às soluções já em curso em empresas e organizações da sociedade civil.

As iniciativas selecionadas deverão estar alinhadas às prioridades da presidência do evento, com eixos estratégicos que incluem financiamento climático, bioeconomia, transição energética, economia circular, infraestrutura sustentável, sistemas alimentares e transição justa.

“Com base em soluções reais e escaláveis, queremos posicionar o Brasil no centro da agenda global e transformar desafios climáticos em oportunidades concretas”, disse Silvana Machado, diretora executiva do Bradesco.

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Ao longo dos próximos meses, a C.A.S.E. passará por eventos climáticos no Brasil e no exterior, incluindo as Climate Weeks do Rio de Janeiro, de Nova York e de outras capitais globais.

O ponto alto se dará na COP30, a ser realizada em novembro de 2025 na cidade de Belém (PA), onde a iniciativa terá um espaço dedicado a painéis, workshops e apresentações de casos concretos.

Para Rodolfo Vilella Marino, vice-presidente executivo da Itaúsa, a C.A.S.E. representa também uma oportunidade de mostrar que o Brasil já dispõe de tecnologias, conhecimento técnico e experiências práticas capazes de responder aos desafios climáticos com consistência.

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“Nosso objetivo é projetar as soluções brasileiras na agenda global e atrair investimentos”, afirmou.

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Beatriz Quesada

Jornalista especializada na cobertura econômica. Formada pela USP, escreve sobre mercados, negócios e setor imobiliário. Tem passagens por Exame, Capital Aberto e BandNews FM.