Bloomberg — As gestoras Patria Investimentos e Eaton Vance se juntaram a um grupo de cerca de uma dúzia de bancos para financiar um projeto de oleoduto de US$ 3 bilhões que é visto como fundamental para o setor de energia da Argentina, disseram pessoas familiarizadas com o assunto à Bloomberg News.
O contrato de empréstimo sindicalizado, assinado há quase duas semanas, é a maior linha de crédito comercial para um projeto de infraestrutura na história do país, segundo comunicado sobre o projeto intitulado Vaca Muerta Oil Sur, ou VMOS.
Uma lista de 14 instituições, incluindo credores internacionais como Citi, Deutsche Bank, Itaú, JP Morgan e Santander, forneceu um total de US$ 2 bilhões em financiamento.
O Patria, que não é citado no comunicado, foi o maior investidor individual do grupo, segundo uma das pessoas, que pediu para não ser identificada, pois a informação não é pública.
Um porta-voz do projeto VMOS não respondeu a um pedido de comentário sobre o envolvimento do Patria e da Eaton Vance. O Patria não respondeu a um pedido de comentário. A Eaton Vance declinou comentar.
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O empréstimo tem como objetivo ajudar um consórcio de perfuradoras de petróleo a pagar empreiteiras para construir um novo oleoduto que atravesse o país e um porto no Atlântico para transportar a crescente produção de óleo de xisto da Argentina.
O projeto pode ser transformador para as perfuradoras que exploram vastas reservas de xisto na Patagônia. Isso porque ele eliminará um gargalo de transporte que tem impedido o desenvolvimento, abrindo caminho para mais que dobrar a produção de óleo de xisto para cerca de 1 milhão de barris por dia em apenas alguns anos.
O consórcio VMOS inclui as maiores perfuradoras de petróleo da Argentina — a estatal YPF, a Vista Energy e o Pan American Energy, que pertence em 50% à BP — bem como as grandes empresas Chevron e Shell.
O empréstimo bancário sindicalizado de US$ 2 bilhões, ao qual o Patria e a Eaton Vance aderiram, financiará cerca de 70% do projeto. Os parceiros da VMOS pagarão o restante através de participações acionárias com seus próprios fundos.
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