BTG Pactual não tem interesse ‘proativo’ no Master, mas ‘pode ajudar’, diz CFO

Em call com jornalistas sobre o resultado trimestral, Renato Cohen disse que, ‘se houver ativos disponíveis no mercado e de acordo com os objetivos dos reguladores, podemos ajudar’

Sede do Banco Master, em São Paulo
12 de Maio, 2025 | 07:22 PM

Bloomberg Línea — O BTG Pactual não tem, “proativamente, nenhum interesse em ativos específicos ou em negócios do Banco Master”.

A declaração foi dada pelo CFO, Renato Cohn, em call com jornalistas sobre o resultado do primeiro trimestre, divulgado pela manhã.

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Ainda assim, segundo o executivo, a porta não está fechada para um eventual negócio caso os ativos sejam disponibilizados no mercado.

“Não temos interesse particular em nenhum negócio ou ativo do Banco Master, mas, dependendo do que acontecer, se houver ativos disponíveis no mercado e de acordo com os objetivos dos reguladores, podemos ajudar nesse processo. Ajudando tanto reguladores quanto sistema financeiro”, afirmou.

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Alvo de investigações de autoridades, o BRB, controlado pelo governo do Distrito Federal, fechou um acordo no fim de março para adquirir o Master, de Daniel Vorcaro, em desenho que deixaria alguns ativos de maior risco separados da aquisição.

A operação ainda depende de aprovação das autoridades regulatórias.

Essa estruturação abriu margem para especulações sobre o destino desses ativos, que incluem carteira de precatórios e participações acionárias em pequenas e médias empresas, algumas das quais em dificuldades financeiras.

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Os ativos deixados de fora da operação seriam de interesse do BTG, segundo rumores de mercado, dada a expertise do banco nessa área, mas isso não foi confirmado.

O CEO do BTG Pactual (BPAC11), Roberto Sallouti, a exemplo dos CEO de outros grandes bancos do país, já se reuniram com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para discutir eventuais saídas para o Master.

O Master se financiou ao longo dos últimos anos com um volume elevado de CDBs cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito, mas não teria recursos para honrar todos os vencimentos de curto e médio prazo, o que poderia criar um risco sistêmico.

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Beatriz Quesada

Jornalista especializada na cobertura econômica. Formada pela USP, escreve sobre mercados, negócios e setor imobiliário. Tem passagens por Exame, Capital Aberto e BandNews FM.