Ibovespa a 130 mil pontos: gestores revisam projeção para a bolsa, revela BofA

Pesquisa do banco de Wall Street com gestores na América Latina mostra expressiva melhora nas expectativas para o desempenho da bolsa brasileira até o fim deste ano

Painel de cotações da bolsa brasileira no prédio da B3, em São Paulo: mercado refaz projeções para ações do Ibovespa (Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg)
14 de Junho, 2023 | 05:10 AM

Bloomberg Línea — Gestores de fundos de investimento da América Latina estão mais otimistas com o Ibovespa (IBOV) até o fim do ano. É o que revela a mais recente pesquisa mensal conduzida pelo Bank of America (BAC), divulgada nesta terça-feira (13).

Segundo o levantamento, 45% dos gestores consultados veem o principal índice da bolsa brasileira negociado no intervalo entre 120 mil e 130 mil pontos ao fim de 2023, o que implica um potencial de valorização de até 11,4% ante o fechamento do pregão desta terça-feira (116.742 pontos).

Em maio, esse percentual estava na casa dos 20%. Na época, a maior parte dos consultados (60%) dizia projetar um Ibovespa negociado entre 110 mil e 120 mil pontos em dezembro.

A pesquisa “Latam Fund Manager Survey” do BofA foi realizada neste início de junho e contou com a participação de 33 gestores, com cerca de US$ 63,7 bilhões em ativos sob gestão.

PUBLICIDADE

Na edição mais recente do levantamento, o percentual de investidores que veem o Ibovespa acima dos 130 mil pontos também cresceu: de menos de 10% em maio para pouco mais de 20% em junho.

O BofA é ainda mais otimista com a perspectiva de desempenho da bolsa brasileira: o banco vê o índice negociado aos 135 mil pontos, o que implicaria upside de 15,6% em relação ao patamar atual.

No que tange à taxa Selic, que está em 13,75% ao ano desde agosto de 2022, 73% dos participantes disseram esperar que o ciclo de corte de juros comece em agosto deste ano.

PUBLICIDADE

As apostas em um início no corte das taxas ganhou força entre economistas do mercado financeiro na última semana, após novos dados de inflação abaixo do esperado em maio. As atenções recaem agora sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 20 e 21 deste mês.

Para dezembro, a maioria dos gestores consultados pelo BofA apontou esperar a taxa básica entre 12% e 12,75% ao ano, em linha com o projetado no mês passado.

A avaliação é que avanço no cenário fiscal seria o fator mais importante para trazer as expectativas para a inflação para baixo nos próximos seis meses, destacou a pesquisa do Bank of America.

América Latina

Apesar de os gestores consultados pelo Bank of America se mostrarem mais construtivos com o Ibovespa, o sentimento de cautela permanece.

Os níveis de caixa dos fundos geridos caíram pelo terceiro mês consecutivo e agora estão em 6,2%, mostrou o levantamento. O patamar, contudo, permanece acima da média histórica, de 5,1%.

Do total de gestores participantes, 51% planejam ampliar a alocação em ações nos próximos seis meses, abaixo dos 61% em maio.

Os maiores riscos para a região, segundo os gestores consultados pelo BofA, recaem sobre a situação econômica da China e o mercado de commodities, além das taxas de juros mais altas nos Estados Unidos.

PUBLICIDADE

Para os próximos seis meses, os gestores veem estratégias de crescimento - como em ações de tecnologia - ganhando mais espaço entre os melhores desempenhos em detrimento de papéis de alta qualidade, que tinham a preferência no levantamento de maio.

As maiores posições overweight (acima da média do mercado, equivalente a compra) estão no setor financeiro, seguidas pelas de consumo discricionário.

Leia também

Gestores de fundos globais temem perder rali de IA, mostra pesquisa do BofA

Como um brasileiro ascendeu à liderança global de banco de investimento do BofA

Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.