Ibovespa fecha em alta puxado por Petrobras após corte produção da Arábia Saudita

After Hours: Papéis da petroleira foram favorecidos pelo aumento dos preços do petróleo após a decisão do país do Oriente Médio de reduzir a produção

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05 de Junho, 2023 | 06:01 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou com leve alta de 0,12%, aos 112.696 pontos, nesta segunda-feira (5), em dia de cautela nos mercados internacionais após a decisão da Arábia Saudita de reduzir a produção de petróleo em 1 milhão de barris por dia como parte de um acordo com o grupo de países da Opep e aliados. O dólar operava em R$ 4,93, com queda de 0,55%, ao final do pregão na B3.

Os papéis da Petrobras (PETR3; PETR4) fecharam em alta e estavam entre as ações que mais contribuíram para os ganhos do dia. O desempenho reflete o aumento dos preços do petróleo no mercado internacional após o corte da produção da Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo do mundo.

As ações dos bancos Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) também subiram e ajudaram a sustentar os ganhos do dia. Já as ações da Vale (VALE3) fecharam em queda e puxaram o índice da bolsa brasileira para baixo.

No campo corporativo, o destaque foi a CVC (CVCB3), que subiu mais de 11% depois de a operadora de viagens anunciar o comprometimento do fundador Guilherme Paulus com um aporte de R$ 75 milhões na empresa em uma oferta subsequente de ações.

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O conselho da companhia também elegeu Fabio Godinho como novo CEO em substituição a Leonel Andrade, que renunciou ao cargo no dia 24. Godinho já atuou como vice-presidente de produtos e marketing da empresa e também como diretor de novos negócios na CVC Viagens.

Bolsas internacionais

Já nos Estados Unidos, as ações dos EUA caíram na segunda-feira, depois que os papéis de empresas de tecnologia e energia apagaram os ganhos anteriores em um dia de volume de negociação moderado.

As ações de tecnologia levaram o S&P 500 a cair, depois que a Apple (AAPL) eliminou os ganhos de até 2% em antecipação a um novo headset de realidade mista.

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As principais petrolíferas Chevron e Exxon Mobil também caíram depois de se subirem mais cedo com os preços mais altos do petróleo após um corte na oferta da Arábia Saudita.

Enquanto isso, os títulos do Tesouro dos EUA oscilaram após novos dados que mostraram uma estagnação do setor de serviços dos EUA em maio. O medidor geral de serviços do Institute for Supply Management caiu inesperadamente para o nível mais baixo do ano, oferecendo uma avaliação menos otimista da economia dos EUA.

Um rali das ações das big techs e o otimismo de uma pausa nos aumentos das taxas de juros levaram a grandes ganhos recentes no S&P 500. No entanto, os riscos ainda pairam com os traders especulando cada vez mais que o Federal Reserve manterá as taxas estáveis em junho, mas manterá suas opções abertas para aumentos posteriores sobre.

“A fraqueza nas pesquisas ISM contrasta com a recente melhora nos S&P Global PMIs – que atualmente são consistentes com o crescimento positivo do PIB de cerca de 2% anualizado – e está claramente pintando um quadro diferente do relatório de empregos de maio”, disse Andrew Hunter, vice-economista-chefe dos EUA na Capital Economics.

Tomado com pesquisas regionais de atividade do Fed e outros dados concretos, isso pode significar que o crescimento do PIB ficará pouco acima de zero no segundo trimestre, disse Hunter.

Saira Malik, diretora de investimentos da Nuveen, disse que prevê uma leve recessão em algum momento de 2024, à medida que os “efeitos de amortecimento do crescimento da política monetária restritiva se espalham pela economia”.

“Com a provável persistência da alta inflação, acreditamos que os investidores seriam bem servidos ao alocar ativos reais que possam fornecer proteção significativa contra a inflação”, disse ela, apontando para as terras agrícolas.

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Confira como fecharam os mercados nesta segunda-feira (5):

-- Com informações da Bloomberg News.

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Filipe Serrano

É editor da Bloomberg Línea Brasil e jornalista especializado na cobertura de macroeconomia, negócios, internacional e tecnologia. Foi editor de economia no jornal O Estado de S. Paulo, e editor na Exame e na revista INFO, da Editora Abril. Tem pós-graduação em Relações Internacionais pela FGV-SP, e graduação em Jornalismo pela PUC-SP.