Breakfast

O bull market e um raro consenso

Também no Breakfast: Natura vende Aesop; Lemann e sócios elevam proposta; Apple embarca em demissões e Audemars Piguet inova com seguro antirroubo para seus relógios

04 de Abril, 2023 | 06:27 AM
Tempo de leitura: 4 minutos

Bloomberg Línea — Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças. Bom dia e ótima leitura!

A volta do bull market na Nasdaq e a alta recente mais ampla refletida no S&P 500 trouxeram expectativas de retomada dos ganhos para os investidores em renda variável no mercado americano. Mas essa perspectiva está longe de ser um consenso entre especialistas, pelo contrário.

Uma rara convergência uniu um dos estrategistas-chefes mais pessimistas (ou realistas) de Wall Street com aquele que é considerado o mais bullish entre os que lideram os bancos de investimento.

Neste começo de semana, Michael Wilson, do Morgan Stanley, que antecipou a queda acentuada das ações em 2022, e Marko Kolanovic, do JPMorgan, habitual defensor do buy the dip, fizeram coro ao alertar que as altas recentes não são sustentáveis e que os preços podem testar mínimas próximas às de 2022.

PUBLICIDADE

Em comum, a visão de que a expectativa de certos investidores de que o Fed esteja próximo do fim do ciclo de aperto monetário pode não passar de ilusão sem fundamentos para sustentá-la.

Leia mais: Estrategista mais otimista de Wall St diz: ‘é a calmaria antes da tempestade’

Estátuas que representam o bear market e o bull market em Frankfurt: visões antagônicas no mercado (Peter Juelich/Bloomberg)

No Radar

Os investidores ponderam os efeitos da valorização do petróleo para a inflação e os juros, assim como o dado mais fraco do indicador ISM de atividade manufatureira nos Estados Unidos, que caiu para 46,3 em março, abaixo da estimativa média de 47,5. Análises sobre a capacidade do mercado acionário de sustentar ganhos após o estresse bancário também pesam sobre as negociações.

📈 Juros em perspectiva. O presidente do Federal Reserve (Fed) de St. Louis, James Bullard, disse à Bloomberg Television que a decisão da OPEP+ pode tornar o trabalho do Fed mais desafiador. Robert Holzmann, do Banco Central Europeu (BCE), disse que sem uma piora do cenário é possível que o juro suba outro 0,5 ponto porcentual em maio. Já o Reserve Bank da Austrália decidiu pausar hoje o ciclo de aperto monetário que durou quase um ano, mantendo a taxa em 3,6% ao ano.

💲 Não será tão ruim? Questionado sobre os efeitos do corte de produção surpresa anunciado pela OPEP+, o presidente Joe Biden disse que “não será tão ruim quanto se pensa”. Janet Yellen, secretária do Tesouro norte-americano, disse que o corte é “pouco construtivo” e aumenta as incertezas na economia em tempos de inflação alta. A cotação da commodity avançou cerca de 6% ontem e continua subindo hoje.

📱 Cortes na maçã. A Apple vai eliminar algumas funções em suas equipes de desenvolvimento e preservação das lojas de varejo e outras instalações globais, segundo pessoas consultadas pela Bloomberg, executando assim os primeiros cortes de empregos desde que começou a reduzir custos no ano passado.

🐕 Troca estratégica. A moeda digital Dogecoin chegou a subir 30% depois que o Twitter incluiu na home um botão com o cachorro símbolo da moeda no lugar do passarinho azul. A valorização hoje era de quase 8%. O CEO do Twitter é um defensor da Dogecoin e já tuitou sobre a moeda algumas vezes gerando grandes flutuações no preço do ativo.

Mais detalhes na seção de Mercados

Os mercados esta manhã

🟢 As bolsas ontem (03/04): Dow Jones Industrials (+0,98%), S&P 500 (+0,37%), Nasdaq Composite (-0,27%), Stoxx 600 (-0,03%), Ibovespa (-0,37%)

A decisão da OPEC+ de cortar a produção de petróleo e um relatório mais fraco do setor industrial dos EUA conduziram a sessão. O setor de energia apoiou ganhos na S&P 500 e na Dow Jones, enquanto a Nasdaq foi afetada pelas perdas da Tesla após os dados de vendas.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados

Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Índice Redbook, Pedidos de Bens Duráveis/Fev, Encomendas à Indústria/Fev, Oferta de Empregos JOLTsEstoques de Petróleo Bruto

• Europa: Zona do Euro (IPP/Fev); Alemanha (Saldo de Transações Correntes/Fev, Balança Comercial/Fev); Espanha (Taxa de Desemprego)

• Ásia: Japão (PMI do setor de Serviços/Mar)

• América Latina: Brasil (IPC-Fipe/Mar)

• Bancos centrais: Discursos de Discursos de Loretta Mester, Eric Rosengren, Lisa Cook e Loretta Mester (Fed) Huw Pill e Silvana Tenreyro (BoE)

🗓️ Os eventos de destaque na semana →

Destaques da Bloomberg Línea:

EY recebe punição de 2 anos para auditar na Alemanha após fraude da Wirecard

Corte da Opep+ abre espaço para rali e analistas veem petróleo a US$ 100 o barril

Tese de década dos emergentes perde força com crise bancária e aperto do Fed

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: Natura vende Aesop para L’Oréal em negócio de US$ 2,525 bilhões | Americanas: Lemann e sócios elevam proposta de capitalização para R$ 12 bi | Gigantes do ringue: dona do UFC compra WWE, de luta livre, por US$ 9,3 bi

• Opinião Bloomberg: Nem mesmo uma recessão vai ser capaz de conter a inflação nos Estados Unidos

• Para não ficar de fora: Audemars Piguet oferece a primeira garantia do setor contra relógios roubados

⇒ Essa foi uma amostra do Breakfast, a newsletter matinal da Bloomberg Línea com as notícias de destaque no Brasil e no mundo.

Para receber a íntegra da newsletter na sua caixa de email, registre-se gratuitamente no nosso site.

Por hoje é só. Bom dia!

Obrigado por ler nossa newsletter matinal.

Equipe Breakfast: Michelly Teixeira (Editor/Newsletter Coordinator), Bianca Ribeiro (Content Producer), Filipe Serrano (Editor, Brazil), Mariana d’Ávila (Assistant Editor, Brazil)