Bloomberg Línea — Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças. Bom dia e ótima leitura!
A apresentação do novo arcabouço fiscal deixou dúvidas entre economistas do mercado financeiro consultados pela Bloomberg Línea. A principal delas é de que as novas regras, por si só, não são suficientes para se chegar à trajetória de dívida/PIB e o resultado primário apresentados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Nas contas do governo, a dívida bruta do governo central chegaria a 76,54% do PIB em 2026 com as novas regras num cenário base. Com uma eventual queda de 2 pontos porcentuais da taxa de juros, o número poderia cair a 73,58% no mesmo ano. O governo também prevê zerar o déficit primário em 2024, e indica que haverá superávit primário de 0,5% do PIB em 2024 e 1% do PIB em 2026.
Os cálculos de economistas, no entanto, mostram uma trajetória mais elevada aplicando as novas regras fiscais. Para os especialistas, isso pode indicar que o governo está contando com três possibilidades que não são consideradas: uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) acima do projetado, uma queda dos juros maior do que a estimada pelo mercado; ou um aumento de receitas por meio de uma elevação da carga tributária - hipótese mais comum levantada pelos economistas.
⇒ Leia mais: Arcabouço fiscal: as dúvidas do mercado sobre as regras propostas pelo governo
No Radar
Apesar das incertezas geradas pela turbulência bancária e dos juros em alta, o mercado acionário global sinaliza um segundo trimestre seguido de ganhos. Os investidores seguem atentos a sinais de instabilidade enquanto ajustam suas carteiras de investimento. A interrogação é se o Federal Reserve (Fed) começará a cortar os juros neste ano.
✂️ Corte para quando? Muitos estrategistas avaliam que os operadores não deveriam esperar por um corte de taxas em 2023, pois o mercado de trabalho dos EUA continua forte, ainda que os pedidos de seguro-desemprego tenham subido pela primeira vez em três semanas. O índice deflator (PCE) é a variável do dia para equilibrar as apostas sobre o tema. A expectativa é de que continue em alta.
⛔ Bloqueio japonês. Em linha com os esforços dos EUA de limitar o acesso da China a tecnologias sensíveis, o Japão ampliará as restrições às exportações de 23 tipos de tecnologia de ponta para fabricação de chips. Uma dezena de empresas japonesas precisarão de licenças para envios além do previsto de equipamentos usados para transformar silício em chips.
☔ Menos estresse. Os bancos diminuíram a tomada de recursos das linhas de crédito do Fed, o que sinaliza que a necessidade de liquidez pode estar se estabilizando. Os empréstimos somaram US$ 152,6 bilhões na semana até 29 de março, ante US$ 163,9 bilhões no período anterior.
🧧 China avança. A economia chinesa cresceu em março, com os PMI de indústria, serviços e construção em expansão. O setor de manufatura conseguiu superar as previsões e se manter aquecido, embora tenha desacelerado para 51,9 em março ante o nível de 52,6 em fevereiro.
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🟢 As bolsas ontem (30/03): Dow Jones Industrials (+0,43%), S&P 500 (+0,57%), Nasdaq Composite (+0,73%), Stoxx 600 (+1,03%), Ibovespa (+1,89%)
O sinal positivo nas bolsas norte-americanas foi sustentado por operações técnicas, apesar de comentários de membros do Fed sobre a necessidade de mais aperto monetário para conter a inflação.
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Agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Núcleo de Preços-PCE/Fev, PMI Chicago/Mar, Confiança do Consumidor-Univ. Michigan/Mar), Renda e Consumo Pessoal/Fev
• Europa: Zona do Euro (IPC/Fev, Taxa de Desemprego); Reino Unido (PIB/4T22, Investimento das Empresas/4T22, Índice de Preços de Imóveis/Mar); Alemanha (Vendas no Varejo/Fev, Preços de Bens Importados/Fev, Taxa de Desemprego); França (IPC/Mar); Itália (IPC/Mar); Espanha (Transações Correntes/Jan); Portugal (IPC/Mar)
• Ásia: Hong Kong (Vendas no Varejo/Fev); Japão (Encomendas de Construção/Fev)
• América Latina: Brasil (Balanço Orçametário, Fluxo Cambial, Taxa de Desemprego, Dívida Líquida/Fev); México (Taxa de Desemprego/Fev)
• Bancos centrais: Discursos de John Williams (Fed) e Christine Lagarde (BCE)
🗓️ Os eventos de destaque na semana →
Destaques da Bloomberg Línea:
• Manhattan tem vacância recorde em escritórios com aumento da oferta
• Trump é indiciado em caso de pagamento a atriz pornô na eleição de 2016
• Tesla cogita acordo com fabricante chinês para construir fábrica de baterias nos EUA
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