Reoneração de combustíveis e mais 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais temas que vão ditar o sentimento dos mercados nesta terça-feira (28)

Com reoneração da gasolina e do etanol, Ministério da Fazenda espera arrecadar R$ 28,88 bi este ano
28 de Fevereiro, 2023 | 08:36 AM

Bloomberg Línea — A reoneração da gasolina segue sendo um dos principais assuntos desta terça-feira (28). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne hoje com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), Jean-Paul Prates, para discutir o assunto.

Por aqui, às 9h será divulgada a taxa de desemprego pela Pesquisa PNAD Contínua.

PUBLICIDADE

No cenário corporativo, o Grupo SBF (SBFG3), dono da Centauro e distribuidor da Nike no Brasil, fechou 10 lojas em janeiro para reduzir custos e melhorar suas margens de lucro.

Nos Estados Unidos e na Europa, o aperto monetário deve se manter nos próximos meses.

O Brexit continua a dominar o noticiário britânico após o primeiro-ministro Rishi Sunak e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, terem se reunido para discutir um acordo “pós-divórcio” do Reino Unido e da União Europeia (UE).

PUBLICIDADE

Confira as notícias que devem movimentar os mercados nesta terça-feira (28):

1. Reoneração de combustíveis

O Ministério da Fazenda tem como objetivo arrecadar R$ 28,88 bilhões neste ano com reoneração da gasolina e do etanol, que acontecerá em março.

Antes da desoneração, o PIS/Cofins era cobrado da seguinte forma: R$ 0,792 por litro da gasolina A (sem mistura de etanol) e de R$ 0,242 por litro do etanol.

PUBLICIDADE

Entre as possibilidades discutidas pelo secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, e a Petrobras, estão a absorção de parte do aumento das alíquotas pela petroleira, porque a gasolina está acima da cotação internacional, e a redistribuição de parte das alíquotas originais da gasolina para o etanol.

Caso ocorra essa redistribuição, a gasolina poderia pagar, por exemplo, R$ 0,70 de PIS/Cofins por litro; e o etanol, R$ 0,33.

2. Aperto monetário

O último conjunto de dados econômicos provavelmente fortalecerá a determinação dos bancos centrais de continuar aumentando as taxas de juros para neutralizar a inflação ainda elevada e economias resilientes.

PUBLICIDADE

A inflação francesa acelerou para um recorde em fevereiro, enquanto a inflação espanhola acelerou inesperadamente em fevereiro devido ao aumento do custo da eletricidade e dos alimentos, aumentando a pressão sobre o Banco Central Europeu (BCE) para aumentar os juros.

Pela primeira vez, os mercados monetários precificaram totalmente uma taxa terminal do BCE de 4% até fevereiro de 2024. Isso se compara a uma taxa de 3,5% esperada no início do ano e que excederia o pico das taxas de juros da zona do euro em mais de duas décadas.

Na segunda-feira (27), indicadores dos Estados Unidos delinearam ainda mais o desafio enfrentado pelo Federal Reserve. As vendas pendentes de residências, por exemplo, aumentaram em janeiro para o maior patamar desde junho de 2020.

Os traders agora estão precificando as taxas dos EUA para um pico de 5,4% este ano, em comparação com cerca de 5% há apenas um mês. O governador do Federal Reserve (Fed), Philip Jefferson, defendeu firmemente a meta de inflação de 2% do banco central na segunda. Uma série de discursos agressivos do Fed neste mês reduziu os ganhos de janeiro nos mercados.

3. Mercados

As ações europeias oscilam nesta terça com o aumento dos rendimentos dos títulos da zona do euro, em meio a relatórios de inflação aquecidos aumentando as apostas do banco central da região para combater as pressões de preços desenfreadas.

Por lá, o índice Stoxx 600 operava próximo da estabilidade, reduzindo um ganho de 1,7% em fevereiro, após relatórios que mostraram aceleração da inflação na França e na Espanha. Os contratos dos EUA subiam após um dia de ganhos para o S&P 500 e para o Nasdaq 100 na segunda-feira (27).

4. Manchetes do dia

Estadão: Ministro de Lula esconde do TSE patrimônio de R$ 2 milhões em cavalos de raça

Folha de S. Paulo: Promotoria aponta falta de assistência jurídica a presos por atos golpistas de 8/1

O Globo: Haddad conta com Petrobras para convencer Lula a retomar impostos de combustíveis

Valor Econômico: Solução para volta de imposto sobre gasolina passa pela Petrobras

5. Agenda

No Brasil, a taxa de desemprego será divulgada às 9h, no horário de Brasília, enquanto a dívida bruta/PIB mensal sairá às 9h30.

Nos Estados Unidos, o dia é marcado pela divulgação da balança comercial de bens e do nível de estoques do varejo excluindo automóveis às 10h30, seguidos pelos preços de imóveis S&P às 11h.

Às 11h45 será divulgado o PMI de Chicago, ao passo que ao meio-dia saem os dados de confiança do consumidor CB. Para fechar o dia por lá, às 18h30 serão divulgados os estoques de petróleo bruto semanal API.

Na China, é divulgado o PMI composto, industrial e não-manufatura às 22h30. Já às 22h45 sai o PMI Industrial Caixin.

-- Com informações da Bloomberg News e da Agência Brasil

Leia também:

Não vamos parar aí, diz CEO da Stellantis após investir em cobre na Argentina

BRF busca R$ 2 bi com venda de unidade de ração animal, dizem fontes

Empreendedorismo cria nova classe de CEO, o Chief Entrepreneurship Officer

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.