Bloomberg Línea — Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças. Bom dia e ótima leitura!
Nos últimos anos, Nathan Anderson fez seu nome com análises que levam ações à queda. Ele encarna o papel do short seller, investidor que busca lucros com vendas a descoberto, apostando na baixa de determinadas ações. Anderson - que está por trás da Hindenburg Research - busca o seu maior jogo até agora: diz querer desmascarar o que chama de “A Maior Trapaça da História Corporativa”.
Seu alvo: o empresário industrial indiano Gautam Adani, uma figura que era ainda mais rica que Bill Gates ou Warren Buffett antes de o caso estourar, então com um patrimônio líquido de US$ 113,4 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.
Na semana passada, a Hindenburg fez uma série de acusações contra o conglomerado Adani Group - resultado, segundo ele, de uma investigação de dois anos sobre o que qualifica um esquema descarado de manipulação de ações e fraude contábil que remonta a décadas.
As alegações deste relatório fizeram apagar US$ 72 bilhões do valor de mercado do império de Adani em apenas três sessões e desencadeou uma liquidação de títulos em dólares. Hindenburg acha que este seja apenas o começo.
No domingo, a resposta de Adani veio por meio de um documento de 413 páginas refutando as acusações da Hidenburg e acusando o short seller de fraude.
⇒ Leia a matéria completa: A batalha do investidor que acusa o quarto homem mais rico do mundo de fraude
No Radar
Os investidores se preparam para a semana mais agitada do mês e calibram as apostas sobre o rumo da política monetária nos Estados Unidos. A atenção estará também nos resultados corporativos de titãs tech como Apple, Alphabet e Amazon. O retorno da China do feriado prolongado e as perdas do Grupo Adani também são monitorados.
🗓️ Semana chave. Além da expectativa de que o Federal Reserve (Fed) eleve o juro em 0,25 ponto percentual na quarta-feira (1), os operadores acompanham os anúncios do Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BoE), com previsão de que ambos subam o custo do dinheiro em 0,50 ponto percentual na quinta (2). Os dados do mercado de trabalho nos EUA, na sexta (3), também terão grande peso nas apostas sobre os seguintes passos do Fed.
✂️ Cortes adicionais. A Philips cortará mais de 6 mil postos de trabalho, 8% de sua equipe. Em 2022 a empresa já havia demitido 4 mil empregados. A companhia se prepara para custos com litígios envolvendo recall de produtos após pesquisas apontarem riscos para a saúde. O impacto deste fator será conhecido no segundo semestre deste ano.
🔄 Aliança reforçada. A Renault concordou em reduzir sua participação na Nissan, equacionando um ponto conflituoso da aliança entre as montadoras. A participação cruzada de 15% entre as empresas se manterá, mas o excedente será transferido pela Renault a um fundo francês para venda futura.
🟢 As bolsas na sexta-feira (27/01): Dow Jones Industrials (+0,08%), S&P 500 (+0,25%), Nasdaq Composite (+0,95%), Stoxx 600 (+0,26%), Ibovespa (-1,63%)
O mercado acionário dos EUA foi impulsionado pelo desempenho das ações de tecnologia e pela crescente expectativa de flexibilização da política monetária do Fed. O PCE, um dos indicadores de inflação mais observados pelo banco central norte-americano, desacelerou-se em dezembro para o ritmo mais lento em mais de um ano, enquanto os gastos dos consumidores caíram.
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Agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Índice de Atividade das Empresas-Fed Dallas/Jan
• Europa: Zona do Euro (Confiança de Empresas e Consumidores/Jan); Alemanha (PIB/4T22); Espanha (IPC, Vendas no Varejo/Dez); Portugal (Confiança Empresarial e do Consumidor/Jan); Itália (IPP/Dez)
• Ásia: Japão (Taxa de Desemprego/Dez, Produção Industrial/Dez, Vendas no Varejo/Dez); China (PMI/Jan, Lucro Industrial/Jan)
• América Latina: Brasil (IGP-M/Jan, Balanço Orçamentário); México (Balanço Fiscal/Dez)
• Balanços: Ryanair, Whirlpool, NXP Semiconductors, Sumitomo Mitsui
📌 Para a semana:
• Terça-feira: EUA (Custo do Emprego/4T22, Índice Redbook); Zona do Euro (PIB/4T22); Japão (PMI Industrial/Jan); China (PMI Industrial Caixin/Jan); México (PIB/4T22). Balanços: UBS, Unicredit, Snap e AMD, Samsung Electronics, Exxon Mobil, Pfizer
• Quarta-feira: Bancos centrais (Decisão de Política Monetária do FOMC-Fed, Decisão da Taxa Selic do BCB); PMI Global Industrial; EUA (Variação de Empregos ADP/Jan, Ofertas de Empregos JOLTs, Pedidos de Hipotecas, Índice ISM do Setor Manufatureiro/Jan, Reunião OPEP); Zona do Euro (IPC/Jan, Taxa de Desemprego/Dez); Brasil (IPP/Dez, Balança Comercial). Balanços: Meta Platforms, Peloton Interactive, Novartis, BBVA
• Quinta-feira: Banco centrais (Decisão sobre Juros do BoE e do BCE. EUA (Pedidos de Iniciais de Seguro Desemprego, Demissões Anunciadas Challenger/Jan, Pedidos de Bens Duráveis/Dez, Encomendas à Indústria/Dez); China (PMI de Serviços Caixin/Jan); Japão (PMI Serviços); Brasil (IPC-Fipe/Jan). Balanços: Alphabet, Apple, Amazon, Qualcomm, Eli Lilly, Roche, Merck, Sheel, Deutsche Bank e Santander
• Sexta-feira: PMI Global Composto e de Serviços; EUA (Relatório de Emprego-Payroll/Dez, Taxa de Desemprego/Jan, ISM Não-Manufatureiro); Zona do Euro (IPP/Dez); Brasil (Produção Industrial/Dez); Bancos centrais (Discurso de Huw Pill-BoE, Frank Elderson (BCE). Balanço: Sanofi
Destaques da Bloomberg Línea:
• Rio Tinto, concorrente da Vale, perde cápsula radioativa no deserto australiano
• De malas prontas aos EUA: procura por visto americano dispara entre brasileiros
• Não é só no Brasil: consumo de carne bovina está em queda no mundo
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