Payroll: EUA criam mais vagas do que o esperado, mas alta dos salários desacelera

Em dezembro, os Estados Unidos criaram 223 mil vagas de emprego fora do setor agrícola, acima das 203 mil esperadas por economistas

Investidores monitoram dados do payroll em busca de sinais sobre próximos passos do Fed
06 de Janeiro, 2023 | 10:36 AM

Bloomberg Línea — Os Estados Unidos criaram mais vagas de emprego do que o esperado em dezembro, mas a taxa de desemprego caiu e os ganhos nos salários desaceleraram mais do que o esperado, sugerindo uma menor pressão sobre a inflação. É o que mostram os números do payroll divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Departamento de Trabalho.

Os dados contribuíram para ganhos nos índices futuros de Wall Street, com o mercado interpretando os dados como sinais de progresso em meio aos aumentos das taxas de juros do Federal Reserve para domar a alta dos preços.

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Em dezembro, os EUA criaram 223 mil vagas de emprego fora do setor agrícola, após número revisado de novembro de 256 mil vagas. O dado veio acima das expectativas de economistas consultados pela Bloomberg News, que apontavam para a criação de 203 mil postos em dezembro.

Apesar disso, os ganhos na hora média tiveram alta de 0,3% na base mensal e de 4,6% ante dezembro de 2021. A estimativa média, segundo economistas consultados pela Bloomberg News, era de crescimento de 0,4% nos salários em dezembro.

A desaceleração é vista com bons olhos por economistas do mercado financeiro, que veem o dado como fundamental para alcançar a meta de inflação de 2%. Já a taxa de desemprego caiu para 3,5%, ante 3,6% anteriormente.

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Os dados são acompanhados de perto por investidores que buscam sinais na economia sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed) em seu combate à inflação. Dados mais fortes indicam que o mercado de trabalho dos EUA tem se ajustado a uma inflação mais elevada, enquanto números mais baixos de aumentos de preços sugerem que a política monetária está surtindo efeito.

O retorno a níveis do Payroll pré-covid foi desigual. Indústrias como transporte e armazenamento estão agora muito acima de onde estavam antes da pandemia, enquanto centenas de milhares de empregos ainda estão faltando em setores como lazer e hospitalidade.

A expectativa é de que o Fed interrompa neste ano o seu ciclo de alta de juros mais agressivo desde a década de 1980. Quanto tempo as taxas permanecerão elevadas, contudo, vai depender em grande parte da demanda por mão de obra e do crescimento dos salários, que contribuem para a escalada da inflação.

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As autoridades do Fed veem a taxa de desemprego subindo quase um ponto percentual neste ano – embora a partir de um nível historicamente baixo – o que os formuladores de políticas consideram necessário para controlar o aumento dos preços.

Na quinta-feira (5), os dados do ADP Research Institute mostraram que as folhas de pagamento privadas aumentaram em 235 mil no mês passado. A previsão média em uma pesquisa da Bloomberg News com economistas indicava um aumento de 150 mil.

-- Com informações da Bloomberg News

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.