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O chef e CEO do Grupo Madero, Junior Durski, está cauteloso com a condução dos negócios da rede de restaurantes que comanda. É uma atitude que contrasta com a confiança e o otimismo que ajudaram a construir a sua fama, especialmente nos anos de rápido crescimento.
Mas agora, com uma dívida perto de R$ 1 bilhão, um custo de capital elevado, um caixa de R$ 35 milhões, pressão da inflação e quase 30% menos clientes na comparação com o período pré-pandemia, a companhia decidiu colocar o pé no freio em seu ambicioso plano de investimentos, que previa anteriormente chegar a 500 lojas em quatro anos. Hoje são 276 unidades no país.
Em entrevista à Bloomberg Línea em São Paulo, Durski e o CFO do Madero, Ariel Szwarc, falaram dos esforços da empresa para enfrentar o quadro atual e a falta de visibilidade sobre os rumos da economia diante de juros elevados, no contexto de novo governo federal e de aumento de impostos em alguns estados. A rede de restaurantes vai esperar um semestre antes de voltar a aprovar novos investimentos, e a ordem agora é levar em conta o caixa antes de qualquer decisão.
→ Confira a matéria completa: No Madero, a ordem agora é cautela diante da dívida e das incertezas, diz Durski
No Radar
Enquanto digerem as mensagens “contundentes” do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE), que conduziram as bolsas por uma senda de perdas na semana passada, os investidores se debruçam sobre uma bateria de dados macroeconômicos. De posse destes indicadores, cujo destaque é o índice de preços PCE dos Estados Unidos, que sai na sexta-feira, o mercado quer deduzir a intensidade de aperto monetário que vem pela frente.
👁️🗨️ A inflação é o chamariz. É grande a expectativa com relação ao índice PCE, que indica o aumento dos preços para todo o consumo pessoal doméstico nos Estados Unidos. Se espera que haja um ligeiro decréscimo, o que daria certo alívio ao mercado. Mas o recado que ecoou na semana passada é o de que os bancos centrais não estão à vontade para encerrar a política restritiva de alta dos juros - pelo menos até terem certeza de que a inflação está controlada. As autoridades monetárias estão em uma sinuca de bico: o aumento de juros para combater uma inflação persistente pavimenta o caminho a uma recessão econômica.
⚡ Paliativo para a crise. Na Europa, uma reunião chave acontece hoje: o bloco econômico discutirá um teto para os preços do gás que é quase um terço inferior à proposta original. Após meses de discussões, os membros da União Europeia querem destravar o impasse em relação a uma proposta controversa. Tudo para remediar uma crise energética sem precedentes.
🦠 O efeito dos contágios. Enquanto as bolsas europeias e os futuros de índices nos EUA começaram o dia com pequena alta, as bolsas asiáticas fecharam no vermelho. O aumento dos contágios por covid com a abertura do comércio na China incita os investidores a uma maior cautela, apesar do discurso de altos funcionários de que o país trabalha para reativar o consumo e apoiar as empresas privadas.
🟢 As bolsas na sexta-feira (16/12): Dow Jones Industrials (-0,85%), S&P 500 (-1,11%), Nasdaq Composite (-0,97%), Stoxx 600 (-1,20%), Ibovespa (-0,85%)
As bolsas internacionais caíram novamente pelo terceiro dia consecutivo - a mais longa série de quedas semanais desde setembro. Crescem as preocupações dos investidores com o aperto monetário do Fed, o que se traduz em novos aumentos de juros. O temor é o de que a economia dos EUA entre em recessão no próximo ano.
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Agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Índice NAHB de Mercado Imobiliário/Dez
• Europa: Zona do Euro (Produção do Setor de Construção/Out, Salário e Custo da Mão de Obra/3T22); Alemanha (Índice Ifo de Clima de Negócios/Dez)
• Ásia: China (Taxa Preferencial de Empréstimo do Banco Popular da China, Investimento Estrangeiro Direto)
• América Latina: Brasil (Fluxo Cambial Estrangeiro, Boletim Focus); Argentina (Balança Comercial/Nov)
• Bancos Centrais: Ata da Reunião de Política Monetária do banco central australiano; Relatório Mensal do Banco Central da Alemanha
📌 Para a semana:
• Terça-feira: Japão (Decisão sobre Taxas de Juros do BoJ); EUA (Construção de Casas Novas/Nov); Zona do Euro (Confiança do Consumidor/Dez); Alemanha (IPP/Nov); Bancos Centrais (Discurso de Luis de Guindos, vice do BCE); México (Vendas no Varejo/Out), Argentina (Balanço Orçamentário/Nov)
• Quarta-feira: EUA (Pedidos e Juros de Hipotecas MBA, Transações Correntes (3T22, Confiança do Consumidor - Conference Board/Dez); Brasil (Transações Correntes e Investimento Estrangeiro Direto/Nov)
• Quinta-feira: EUA (PIB/3T22, Índice de Atividade Nacional Fed Chicago/Nov); Bancos Centrais (Ata de Política Monetária do BoJ)
• Sexta-feira: EUA (Índice de Preços PCE/3T22; Pedidos de Bens Duráveis/Nov, Gastos e Renda Pessoais/Nov, Índice Michigan de Confiança do Consumidor/Dez); Brasil (IPCA-15/Dez); México (Atividade Econômica/Out); Feriado no Reino Unido (bolsas fecham às 12h30)
Destaques da Bloomberg Línea:
• Avon terá que pagar indenização de US$ 40 mi a uma mulher nos EUA
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